O Armagedom parece que está se armando, pois, usando a linguagem bíblica, a luta entre o bem e o mal é inevitável, faz parte das ‘profecias’ e, portanto, tem que ser cumprida. A Terceira Guerra mundial avizinha-se e não será qualquer novidade se seu estopim for no Oriente Médio, como sugerem as últimas movimentações militares. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU – autorizou ação militar na Líbia para ‘proteger’ os civis das ações desastradas do seu ditador Muamar Kadafi. O curioso é que dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e também maiores fabricantes de armas do planeta, três – França, Reino Unido e EUA – já proclamaram que estão prontos para intervir na Líbia, juntamente com alguns países árabes, apenas um dia depois da resolução militar.
Merece um estudo todos esses últimos sombrios eventos de ‘revoltas’ nos países de cultura árabe, pois tradicionalmente essas plagas são governadas por ditadores totalitários e, de uma hora para outra, o povo descobre que precisa de liberdade para poder sobreviver. No caso do Iraque e das possíveis armas de destruição em massa que os EUA e a Inglaterra afirmavam peremptoriamente existir e que nunca foram encontradas, a verdade é que a notícia foi ‘plantada’ e numa transmissão feita pela BBC de Londres, em 29 de maio de 2003, o jornalista Andrew Gilligan denunciou que o tal relatório do serviço de inteligência que afirmava a existência do iminente perigo iraquiano era falso. Soube-se, depois, que a fonte da notícia era o dr. David Kelly, um inspetor de armamento sem vínculo direto com o sistema de informação reservado governamental, que após a bombástica revelação apareceu suicidado em circunstâncias obscuras.
Albert Einstein, fundador do estudo da energia nuclear, escreveu a Sigmund Freud, em 30 de julho de 1932, perguntando-lhe: ‘(…) Por que a guerra? Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?’ Freud respondeu-lhe: ‘(…) E quanto tempo teremos de esperar até que o restante da humanidade também se torne pacifista? Não há como dizê-lo. Mas pode não ser utópico esperar que esses dois fatores, a atitude cultural e o justificado medo das consequências de uma guerra futura, venham a resultar, dentro de um tempo previsível, e que se ponha um término à ameaça de guerra. Por quais caminhos ou por que atalhos isto se realizará, não podemos adivinhar. Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra…’
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Advogado e psicanalista, Fortaleza, CE