Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Economist faz edição tendenciosa de imagem





A capa da edição de 19 de junho da revista britânica
Economist trazia uma foto do presidente americano Barack Obama,
cabisbaixo, em uma praia da Lousiana, com uma plataforma de petróleo ao fundo. A
imagem funcionava como uma boa metáfora dos problemas causados ao líder dos EUA
pelo vazamento de petróleo no Golfo do México. O problema, apontou artigo no
site do New York Times esta semana, é que a foto foi editada
para passar
a mensagem de um presidente em crise, mas na imagem original, tirada
por um fotógrafo da agência Reuters, Obama está na companhia de outras duas
pessoas, providencialmente apagadas.

A edição de fotos em veículos jornalísticos é um tema polêmico. A Reuters tem
uma política rígida que proíbe seus fotógrafos de alterar imagens sem primeiro
obter autorização da agência e, quando necessário, de outras partes envolvidas.
Em 2006, a agência envolveu-se em uma controvérsia quando um fotógrafo
freelancer alterou imagens de uma incursão militar israelense no Líbano para que
os danos causados pelos aviões de Israel parecessem piores. Depois da revelação
de que as fotos não representavam a realidade, a Reuters nunca nunca mais
trabalhou com o fotógrafo e removeu todas as imagens de autoria dele de seus
arquivos.


Sem enganação


Procurada pelo Times, Emma Duncan, subeditora da Economist, confirmou
que a mulher que aparece ao lado de Obama na imagem original foi recortada. O
objetivo, diz ela, não foi político. ‘A presença de uma mulher desconhecida
confundiria os leitores’, explica. ‘Nós costumamos editar as fotos que usamos em
nossas capas, por duas razões’. Ela cita a capa de 27 de março, sobre o sistema
de saúde americano, em que Obama aparecia com um curativo falso na cabeça, como
uma ‘piada óbvia’; e a capa de 15 de maio, em que uma imagem com o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, teve seu fundo escurecido para destacar o personagem
central. ‘Nós não editamos fotos com a intenção de enganar’, ressalta.
Informações de Jeremy Peters [Media Decoder, The New York Times,
5/7/10].