A reportagem de capa edição de junho da revista Lide, publicação do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), traz reflexão sobre a destruição da reputação de pessoas causada por erros de jornalistas. Impressos, tais equívocos trazem consequências graves para as vítimas. Rapidez da informação em contraste com apuração profunda e correta, ignorância da regra básica de ouvir todos os lados de uma história e a insistência na prática do denuncismo são algumas das causas dos assassinatos de reputação cometidos pelo jornalismo.
No que se refere ao campo das Assessorias de Imprensa, cabe conhecer os mecanismos que acionam o gatilho da metralhadora para que os disparos não atinjam seus clientes. É através de suas assessorias que organizações e pessoas físicas de importância pública devem se preparar para desarmar possíveis ataques. Para isso não existe outra forma a não ser o estabelecimento e cultivo de uma relação de confiança entre a AI e os órgãos de imprensa.
Assim como a reputação, confiança se adquire através de longo processo. A convivência pautada na verdade, relevância, oportunidade e respeito está em sua origem. No relacionamento das Assessorias de Imprensa com os meios de comunicação isso se traduz pelo atendimento imediato e eficaz das demandas do segundo em relação ao primeiro.
Verdade, relevância e respeito
Cabe à assessoria facilitar a obtenção de respostas às perguntas formuladas pela imprensa. Respeitar o tempo específico de fechamento de cada veículo ao enviar material ou contatar seus profissionais é básico. É essencial ainda providenciar locações ou fotografias quando imagens são necessárias, bom ambiente acústico quando as sonoras é que são importantes, ou material de pesquisa quando uma editoria precisa aprofundar assunto relacionado ao assessorado ou à sua área de atuação.
São atitudes como essas que vão gerar confiança dos jornalistas em relação ao trabalho da AI e, ao criar e manter desobstruídos os canais de diálogo, estruturar a base de sustentação para que assessores defendam de maneira mais contundente a reputação de seus assessorados, uma vez que terão chances maiores de retificar informações erradas antes que sejam divulgadas.
O assessor de imprensa, no entanto, deve estar ciente de que sua postura não pode ser diferente quando crises de reputação de seus assessorados sejam levadas ao conhecimento da opinião pública sustentadas por apuração consistente e equilibrada. Celulares devem permanecer ligados, o ‘nada a declarar’ enterrado em cova profunda e os preceitos de verdade, relevância, oportunidade e respeito ainda mais reforçados.
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Jornalista, Niterói, RJ