‘Se eu for eleito, manterei meu perfil no Twitter.’
De todas as promessas que já ouvi de um candidato a qualquer coisa, foi a mais inusitada. Feita por José Serra, presidenciável do PSDB, durante entrevista à TV UOL em Campina Grande (PB). Talvez animado com os maiores festejos a São João no mundo, assim disse o tucano, como se pode ver num vídeo de três minutos e meio feito neste sábado (5/6):
‘Muita gente me pergunta: `Ah, se você for presidente, vai manter o Twitter?´ Já avisei que sim.’
O presidente venezuelano Hugo Chávez também o faz. Se Luiz Inácio Lula da Silva decidisse se tornar um presidente twitteiro, imagine quanto pano para manga isso daria na mídia. Afora isso, lamento, como jornalista, que essa tenha sido a resposta mais interessante obtida numa entrevista exclusiva com um dos principais pré-candidatos à Presidência da República. O Brasil não se resume a isso.
É óbvio que o vigor das respostas depende da qualidade das questões. Não se pode ignorar o trocadilho feito pela repórter, na última pergunta:
‘Na Serra da Borborema, temos o forró pé-de-serra. O povo pede Serra?’
A resposta: ‘Eu espero que peça hoje e que venha a pedir mais no futuro. Naquela linha em `quem vota em Serra não erra´, mas ainda não é época de falar disso.’
Não mesmo. Que o digam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Repórter do jornal A Tribuna, Santos, SP