Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Um tema pouco debatido

[do material de divulgação]

Um panorama da cobertura policial brasileira no século 21 traçado por aqueles que atuam diariamente nela. É o que oferece o livro Jornalismo Policial: histórias de quem faz, escrito pelos alunos do 4º ano de Jornalismo (2010) da Uniban Brasil, com a organização da jornalista e professora Patrícia Paixão. A obra, editada pela In House, será lançada em 14 de agosto na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Em entrevistas exclusivas concedidas aos estudantes, Percival de Souza, Fernando Molica, Renato Lombardi, Marcelo Rezende, Domingos Meirelles, Luiz Malavolta, Josmar Jozino, Gil Gomes, Robinson Cerântula, Fátima Souza, André Caramante, Bruno Paes Manso, Afanasio Jazadji, Gio Mendes, Fausto Salvadori Filho, Marco Antonio Zanfra e Pantera Lopes debatem os principais méritos e deméritos da área, analisando coberturas famosas como os casos Escola Base, Favela Naval, os ataques do PCC em São Paulo, o assassinato da menina Isabella Nardoni e o fatídico sequestro da garota Eloá Cristina Pimentel, em Santo André.

A ideia do livro surgiu em 2008, a partir de um trabalho que os alunos desenvolveram na disciplina ‘Entrevista e Pesquisa Jornalística’, ministrada por Patrícia Paixão. ‘Escolhemos o jornalismo policial como tema das entrevistas pelo fato de a área ser pouco debatida tanto no âmbito acadêmico como no profissional. Até mesmo no mercado editorial são raros os títulos sobre esse tipo de cobertura’, explica a professora.

Os alunos foram orientados a entrevistar jornalistas que atuam ou atuaram nessa área em todos os tipos de mídia (impressa, eletrônica e digital) e em diferentes etapas da produção jornalística, da reportagem à apresentação (no caso da TV e do Rádio). ‘Assim pudemos garantir riqueza e diversidade no conjunto de relatos colhidos’, complementa Patrícia.

Emoção e sensacionalismo

Entre os conselhos oferecidos pelos jornalistas entrevistados aos que desejam atuar no jornalismo policial destacam-se a necessidade de conquistar fontes fidedignas; desconfiar sempre das primeiras versões do fato; não desprezar, por arrogância, informações vindas de pessoas humildes; ir além da fonte policial; e procurar se especializar, obtendo conhecimento sobre áreas essenciais para esse tipo de cobertura, como o Direito.

Para Rodrigo De Giuli, um dos estudantes coordenadores do projeto editorial do livro, um dos aspectos mais interessantes do resultado do trabalho foi confrontar as visões dos entrevistados sobre questões polêmicas como o uso da emoção no texto e o sensacionalismo. ‘Para alguns jornalistas, como Gil Gomes, o uso da emoção é essencial. Outros, como Fernando Molica, defendem a imparcialidade. Alguns afirmam que o sensacionalismo é uma muleta do profissional `limitado´. Outros consideram que ele é apenas uma forma aceitável de contar o fato’, ressalta De Giuli.