Os grandes jornais brasileiros surpreendem os leitores na segunda-feira (21/6) com edições realistas e até críticas após a vitória da seleção brasileira sobre o time da Costa do Marfim.
O convincente resultado de 3 a 1 reproduz bem o que foi a superioridade da equipe brasileira, afirma O Globo na primeira página. Mas o jornal carioca observa que o comportamento truculento do técnico Carlos Caetano Verri, o Dunga, destoava do espírito de festa após a partida.
O Globo, sempre entre os mais ufanistas quando se trata da Copa do Mundo, desaprova o técnico da seleção, que passou boa parte da entrevista coletiva balbuciando palavrões contra o jornalista Alex Escobar, da Rede Globo de Televisão.
De modo geral, os principais jornais elogiam a qualidade do conjunto brasileiro, mas não omitem o fato de que o segundo gol anotado pelo atacante Luis Fabiano foi irregular, com pelo menos duas faltas cometidas por ele antes do chute.
As análises são contidas, sem arroubos nacionalistas, e severas com relação ao episódio da expulsão do meia Kaká. Para a maioria dos especialistas, o jogador deveria ter sido substituído quando o jogo se tornou mais violento.
Gigante anão
No Estado de S.Paulo, um registro esclarecedor: o zagueiro Kolo Touré, da Costa do Marfim, declarou, segundo o jornal, que seu time resolveu ser mais duro no final do jogo porque os brasileiros começaram a brincar com a bola depois de estarem em vantagem. ‘Mesmo que esteja ganhando de 10 a 0, uma seleção precisa mostrar respeito ao adversário’, ensinou o jogador africano.
Na primeira partida em que mostra suas melhores qualidades, e na qual garante a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo, a seleção brasileira aparece na imprensa como uma equipe em evolução.
Com apenas duas ou três exceções, os onze titulares recebem elogios quase unânimes dos comentaristas, mas Dunga começa a ser mostrado como uma peça fora do espírito da equipe. Mal humorado, rancoroso e grosseiro – esse é o retrato que os jornais trazem do técnico da seleção nas edições de segunda-feira.
Dunga é apresentado como um gigante à beira do campo e um anão à frente do microfone.