Agência Senado, 20/04 Rodrigo Baptista Especialistas criticam propaganda de bebidas Durante audiência que integra o ciclo de debates sobre o ‘crack’, promovida nesta quarta-feira (20) pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e outras Drogas, participantes também criticaram a propaganda de bebidas alcoólicas e a falta de controle sobre a venda dessas substâncias, que funcionariam, de acordo com Emmanuel Cavalcanti, como porta de entrada para outras drogas. – A bebida alcoólica liberada gera um nível de dependência nas pessoas que têm predisposição para a dependência química – alertou o representante da Associação Brasileira de Psiquiatria. De acordo com o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, a propaganda de bebidas alcoólicas estimula os jovens a consumir a substância. – A propaganda maciça incitando, sobretudo os jovens a fumarem e a usarem o álcool talvez esteja também na base para que nós tenhamos uma quantidade tão grande de pessoas afetadas – disse José Luiz Ele defendeu a instituição de medidas que restrinjam o acesso ao álcool e ao tabaco como o aumento da taxação de cigarros e de bebidas. Legalização Ao responder a questionamento dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) sobre a possibilidade de legalização das drogas como estratégia para desestimular o consumo, Emmanuel Cavalcanti disse que o Brasil não tem condições de conviver com essa medida. – Não se pode, num país deste que não tem controle nem educação suficiente para que regras mínimas sejam obedecidas, se falar em liberação de qualquer outra substância. Basta o álcool para nos causar problemas. Basta o álcool- argumentou. Para o presidente da Subcomissão, senador Wellington Dias (PT – PI), apesar da redução no número de homicídios em países que descriminalizaram a venda dessas substâncias, relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que mais de 200 mil pessoas morrem por ano em consequência do uso de drogas legalizadas. – Em países que adotaram a liberação de drogas, reduziram-se sim os homicídios, mas também há outra realidade: ampliou-se o consumo, chegando às crianças e a bebês por intermédio das mães grávidas e isso causa outras mortes – afirmou.