No domingo (20/6) a seleção brasileira fez seu segundo jogo na Copa do Mundo. Segunda vitória e, desta vez, convincente. Após a partida, o técnico Dunga concedeu entrevista coletiva, seguindo protocolo obrigatório da Fifa. Esperava-se um treinador feliz, contente pelo triunfo no jogo contra Costa do Marfim e pela qualificação antecipada do time às oitavas de final da competição. Não foi o que se viu. Entre ironias na fala e expressões de ódio no rosto, o técnico xingou, em transmissão ao vivo para todos os cantos do planeta e repetidas vezes, o jornalista da TV Globo Alex Escobar.
Escobar não é criança, sabe se defender. Ao insulto sua melhor resposta é continuar com o trabalho de informar aos brasileiros os passos da seleção na África; coisa que vem fazendo. O acontecimento, no entanto, traz para discussão a questão de como uma pessoa tão despreparada para a lida com a imprensa pode ocupar cargo público desta magnitude. Sim, porque ao contrário do que pensa nosso bravo anãozinho, a seleção de futebol do Brasil pertence ao povo e servidores públicos devem satisfações de suas atividades.
Inquirir, opinar
O que mais impressiona nesta história é que Escobar sequer fez uma pergunta ao treinador. Apenas discordou, com um balançar de cabeça, sobre afirmativa de Dunga de que a imprensa não queria a convocação de Luis Fabiano, autor de dois gols no jogo.
No dicionário de Dunga o verbete ‘opinião’ não existe. De fato, páginas inteiras foram arrancadas do ‘pai dos burros’ que ele carrega na mala (será que carrega?). No livrinho dele também não constam respeito, educação e direito à informação. Estes e outros verbetes importantes foram perdidos ou na casa de Branca de Neve ou levados pelo vento que sopra forte na Floresta Negra. Nem adianta procurar.
À imprensa resta questionar, inquirir, exigir informação, opinar, mostrar e, vez ou outra, discordar com um balançar de cabeça. Os torcedores brasileiros irão agradecer.
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Jornalista, Niterói, RJ