Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Notícias cada vez mais cedo

A grande batalha das emissoras americanas, atualmente, não é pelo horário noturno, mas pelo matutino. A competição começa logo cedo. Já existem, em Nova York, três canais com noticiários às 4h30. No final do mês, irão se juntar ao time WABC, WCBS e a CBS. Canais em Boston, Washington, Chicago e outras cidades dos EUA estão lançando, ainda este mês, noticiários às 4h30 da manhã. A WPIX, de Nova York, foi além: o seu programa começará às 4h, a partir do dia 20/9.

Segundo audiências registradas pela Nielsen, os americanos estão ficando acordados até mais tarde e levantando mais cedo – e, em ambos os casos, a TV fica sempre ligada. Nos últimos 15 anos, o número de lares com TV ligada às 4h30 dobrou, de 8% em 1995 para 16% este ano. Às 23h30, quando a maior parte dos noticiários locais termina, 44% dos aparelhos estão ligados, 10% a mais do que há 15 anos.

Em Nova York, a porcentagem de telespectadores com menos de 35 anos que vê TV das 3h às 5h da manhã é maior que em qualquer outro período do dia. Para os anunciantes que buscam uma faixa etária mais jovem, este é o período para exibir seus comerciais. A princípio, estes telespectadores não são apenas insones. Há também aqueles que trabalham até mais tarde, os que moram em subúrbios e pais de crianças pequenas.

Os lucros publicitários das emissoras locais caíram quando a recessão começou, levando muitos canais a demitir empregados. Agora, eles estão tentando produzir mais notícias com menos pessoas. Em sua maior parte, mesmo com noticiários começando mais cedo, não foram contratados profissionais. Algumas emissoras não têm repórteres para os horários de 4h, mas sim âncoras que apresentam matérias de suas edições noturnas do dia anterior.

Este horário, na avaliação de Susan Sullivan, vice-presidente de notícias da NBC Mídia Local, está protegido da competição da web. ‘Você tem menos chance de ficar online enquanto está colocando as calças de manhã’, comentou. Informações de Brian Stelter [New York Times, 31/8/10].