No dia 30/8, o colunista de esportes do Washington Post, Mike Wise, publicou em sua conta de Twitter que o jogador Ben Roethlisberger, do Pittsburgh Steelers, seria suspenso por cinco jogos. Quem, no entanto, acabou recebendo a suspensão foi o próprio colunista. Tudo porque a informação divulgada foi inventada por ele – um teste para mostrar o quão rápido um dado falso se espalha online. Roethlisberger foi suspenso por seis jogos – e não cinco –, depois de ser acusado de assédio sexual em março e a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) está considerando reduzir sua suspensão. Em seu programa de rádio na Washington’s WJFK, Wise admitiu o erro. ‘Eu daria dez razões para o que fiz e o que deu errado. Mas nada disso importa. Cometi um tremendo erro’, afirmou. Ele recebeu uma suspensão de um mês.
Kris Coratti, porta-voz do Post, disse que não comentaria sobre questões pessoais. Antes de ir trabalhar no jornal, em 2004, Wise trabalhou como repórter do New York Times durante 10 anos. Na opinião de Sree Sreenivasan, professor da Escola de Jornalismo da Universidade da Colúmbia, por o Twitter ser frequentemente uma fonte de notícias – atletas colocam informações sobre seus contratos, por exemplo – os posts de jornalistas são vistos seriamente pelos seus seguidores. ‘A reputação deve estar alinhada com cada tweet, para o bem ou para o mal’, comentou o professor.
Poucas horas depois de Wise ter colocado a informação em seu Twitter, o editor de esportes do jornal, Matthew Vita, enviou um email à redação relembrando a todos das regras do Post sobre o uso de redes sociais. ‘Ao usar redes sociais, lembre-se de que está representando o Washington Post, mesmo se estiver usando a sua conta pessoal’, escreveu. Na opinião do ombudsman do jornal, Andrew Alexander, Wise teve sorte de não ser demitido. Informações de Joseph Plambeck [New York Times, 31/8/10].