Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Blogs monitorados e blogueiro condenado

em 1996, o governo da Malásia prometeu não censurar conteúdo online como parte de uma campanha para promover o setor de tecnologia da informação e, até pouco tempo, a mídia online gozava de relativa liberdade. Agora, no entanto, o governo está tomando medidas para censurar a rede. Recentemente, foi criada uma força tarefa para monitorar a internet em busca de posts considerados prejudiciais à unidade nacional.

O subsecretário-geral de segurança do ministério do Interior, Abdul Rahim Mohamad Radzi, disse que o grupo envolveria a polícia, reguladores de internet, ministério da Informação e procuradores. ‘É um mecanismo que coordenará as várias agências para ajudar a monitorar o que está sendo dito no ciberespaço e para tomar ações contra aqueles que estão tentando provocar tensões raciais e desunião’, contou, acrescentando que mídias massiva e alternativa também seriam monitoradas.

Radzi citou um caso recente de uma página do Facebook que insultava os malasianos muçulmanos, que são a maior parte da população multicultural do país, junto com as comunidades chinesas e indianas. A polícia também está investigando o rapper de etnia chinesa Wee Meng Chee por incitação para motim, depois de ele ter postado um rap de três minutos no YouTube, crítico a uma diretora de escola malasiana acusada de ofender estudantes de minorias. O governo ordenou uma investigação no caso, o que causou fúria entre as minorias malasianas, que reclamam que seus direitos estão sendo prejudicados na medida em que o país se tornar cada vez mais ‘islâmicos’.

Na semana passada, o jornalista malasiano Irwan Abdul Rahman foi acusado por conta de um blog satírico que ironizava a empresa de eletricidade estatal Tenaga. Caso condenado, ele pode pegar um ano de prisão. Rahman, que é subeditor de um diário em malasiano, disse ser inocente na corte. Ele apagou de seu blog o cartum polêmico, no qual dizia que a Tenaga iria processar a iniciativa anual da World Wildlife Fund para economizar energia. A oposição condenou a acusação. Informações da AFP [2 e 4/9/10].