Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Quatro séculos de jornalismo

A Associação Mundial de Jornais acaba de aceitar como verdadeiras as evidências oferecidas pelo Museu Gutenberg (onde está exposta a primeira impressora do mundo), em Mainz, na Alemanha, de que o primeiro jornal do planeta foi produzido em 1605 por um tal Johann Carolus.

Estabelecido em Estrasburgo, que no início do século 17 fazia parte do império alemão e hoje pertence à França, Carolus pagava a uma rede de correspondentes e recebia notícias de outras cidades. Os relatos eram inicialmente escritos a mão, sob o título Relationen, e vendidos por bom preço para assinantes ricos.

O fundador do Museu Gutenberg, Martin Welker, e seu parceiro na descoberta, o historiador Jean Pierre Kintz, garantem que as cópias manuscritas já circulavam em 1604. Segundo os dois pesquisadores, Carolus adquiriu uma prensa naquele ano e, em 1605, começou a distribuir cópias impressas de seu Relationen.

Já naquela época, ele calculava que ganharia muito mais dinheiro aumentando a circulação de seu jornal. Em outubro de 1605, conforme documentos descobertos em Estrasburgo, Johann Carolus encaminhou uma petição ao Conselho da cidade pedindo proteção contra a reprodução do seu conteúdo por outros impressores (ao lado).

Antes dessa descoberta, a Associação Mundial de Jornais aceitava como data do nascimento do jornalismo como o conhecemos o ano de 1609, ano de impressão das edições mais antigas ainda preservadas.

O achado de Welke e Kintz faz de 2005 o 400º aniversário do jornalismo, que será comemorado em julho, quando o Museu Gutenberg abrirá uma exposição que irá contar a história dessa instituição que acompanha e registra há quatro séculos os fatos mais relevantes do dia-a-dia.

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Jornalista