Forças de segurança do Iêmen cercaram a casa do repórter do diário Akhbar al-Youm, Mohammed al-Louzi, por três horas, em 25/4. No mesmo dia, membros da Guarda Republicana também pararam Abdel Aziz al-Majidi, editor do jornal al-Shahid, em uma blitz, impedindo-o de entrar na província de Taiz. No dia anterior, cópias do jornal haviam sido apreendidas na mesma blitz.
Não se trata de eventos isolados. Os exemplos de intimidação ao trabalho da imprensa são diversos. Alguns jornais regionais não puderam ser distribuídos nas províncias de Aden e Taiz. As últimas edições dos diários de oposição al-Qadiya e al-Yaqeen foram apreendidos em uma blitz na entrada de Taiz, no dia 23/4. Cópias do al-Yaqeen e do al-Shari também foram tomadas por forças de segurança na entrada para Sanaa, em 22/4. O motorista que transportava exemplares do diário Akram Octobre para Taiz foi atacado. Em um caso semelhante de censura, exemplares do al-Oula al-Youmiya foram apreendidos na capital no dia 20/4 e o distribuidor ficou detido por diversas horas.
Ataques e ameaças
Diversos jornalistas foram atacados por membros das forças de segurança do governo no último mês. O fotógrafo Rashid al-Menifi foi agredido enquanto cobria uma manifestação em Sanaa, no dia 19/4. Sua câmera foi quebrada e ele foi levado para uma unidade de tratamento intensivo. Dahan Al-Shamri, correspondente do al-Wahdawi, foi atacado por partidários do presidente Ali Abdullah Saleh em 22/4, por conta da cobertura dos protestos de jovens na província de Bani Qais. Desde o início do ano, Saleh, há 32 anos no poder, enfrenta manifestações pela sua renúncia.
Fikri Qasim, editor do Hadith Al-Madina, semanário na província de Taiz, contou que o jornal foi confiscado por conta de sua cobertura crítica. Os jornalistas e ativistas Samia Al-Aghbari, Bushra al-Maqtari e Tawakkol Karman foram alvos de uma campanha de difamação online. O jornalista Mohammed al-Abasi recebeu ameaças por telefone.
Haider Mohamed Al-Noaimi, blogueiro e jornalista que trabalha para várias organizações de mídia, incluindo o jornal de oposição al-Wasat, foi preso por 30 homens que foram à sua casa no dia 24/4 e confiscaram seu computador e câmeras. Ele foi agredido e seu perfil no Facebook, onde postava seus artigos, foi bloqueado. Outro jornalista do al-Wasat, Nada al-Wadi, foi detido e interrogado por 10 horas no dia 20/4.
Ahmed Yousif Al-Dairy, moderador do fórum online Aldair, detido com dois filhos desde 1/4, não está recebendo o tratamento para diabetes. Advogados alegam não poder visitá-lo. As informações são da organização Repórteres Sem Fronteiras [27/4/11].