Uma corte turca retomou uma proibição de dois anos e seis meses ao site de compartilhamento de vídeos YouTube, dias depois de a ter cancelado, aprofundando a briga sobre liberdade de expressão no país candidato a membro da União Europeia.
O acesso ao YouTube havia sido bloqueado pelo governo turco em maio de 2008, depois que usuários postaram vídeos considerados um insulto ao fundador da república, o mustafá Kemal Ataturk. A corte reinstalou a proibição por conta de um vídeo secretamente filmado mostrando Deniz Baykal, ex-presidente do partido de oposição, na cama com uma secretária.
Guleser Aykara, porta-voz do Conselho de Telecomunicações, alegou que o órgão foi notificado da proibição esta semana e que decidiria ainda se implementaria a ordem. ‘Vamos primeiro verificar se o conteúdo indesejado ainda está no ar’, afirmou. ‘O YouTube pode restringir o acesso a fim de evitar que internautas turcos vejam os vídeos, deixando-os acessíveis a outros usuários. O site pode declinar nosso pedido, mas ele seria bloqueado de novo’.
Mais de cinco mil sites são bloqueados no país. ‘A controvérsia do YouTube não deve tirar a atenção da extensa censura e bloqueio na Turquia, ou ainda das prisões e condenações de blogueiros’, declarou a organização Repórteres Sem Fronteiras sobre a situação precária da liberdade de expressão no país. Informações de Ece Toksabay [Reuters, 3/11/10].