Dois jornalistas alemães do Bild am Sonntag foram presos no Irã quando entrevistavam o filho de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que ficou conhecida após uma campanha internacional contra sua condenação à morte por apedrejamento. Eles entraram no país com visto de turista e, inicialmente, o governo os havia acusado de trabalhar ilegalmente como jornalistas. No entanto, o juiz Malek Ajdar Sharifi afirmou posteriormente que os repórteres estão sendo acusados de espionagem – crime passível de condenação à morte no Irã.
Segundo o editor-chefe do Bild am Sonntag, Walter Mayer, os dois foram detidos no dia 10/10. Desde então, não tiveram acesso a um advogado e falaram brevemente com funcionários da embaixada alemã. ‘Estamos fazendo o que podemos para ajudar nossos colegas e suas famílias’, disse. Em editorial na capa de domingo (21/11), o jornal pediu ao governo iraniano que liberte os repórteres e classificou as acusações de absurdas. ‘O quanto de justiça se pode esperar de um judiciário que ameaça uma mulher de morte porque ela talvez tenha beijado um homem’, escreveu.
Na semana passada, os jornalistas deram uma entrevista na TV iraniana, na qual afirmaram ter sido enganados por um ativista iraniano na Alemanha, que os convenceu a realizar a entrevista. O caso contribuiu negativamente para as relações do Irã com o Ocidente. Diplomatas estão planejando voltar, no mês que vem, às negociações sobre o programa nuclear. O Irã nega as acusações de que esteja desenvolvendo armas nucleares. Informações da Reuters [17/11/10] e da AFP [21/11/10].