Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Agências de publicidade otimistas para 2011


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


PUBLICIDADE


Luiz Lara


Propaganda, liberdade e desenvolvimento


Pesquisa do Ibope realizada em 2010 apontou que 87% dos brasileiros gostam de propaganda e que 67% declararam que ela tem um papel importante em suas vidas. Notícia a ser comemorada pelos profissionais e empreendedores do segmento, mas não a única.


Em maio do ano passado, a publicidade brasileira conquistou também um avanço extraordinário do ponto de vista institucional, com a aprovação da lei nº 12.232, que regulamenta definitivamente os parâmetros para a contratação de agências de publicidade em todas as esferas do poder público.


Bandeira defendida com vigor por toda a indústria da comunicação, esse ordenamento legal traduz uma pronta reação às práticas ilícitas de indivíduos desonestos, que, infiltrados no negócio, induziam à crença de que ele estava sob suspeita. Nesse caso, nada mais apropriado do que ter jogado luz sobre os procedimentos e tornar mais cristalinas todas as contratações.


Representando perto de 2% do PIB e movimentando R$ 47,5 bilhões, a propaganda brasileira traduz na força desses números o seu significado como propulsora da nossa efervescência econômica.


Não por acaso, quando o fantasma da crise mundial era anunciado por aqui, o presidente Lula fazia coro aos anúncios, recomendando que os brasileiros continuassem fazendo suas compras e consumindo os produtos de sua preferência.


O Brasil não parou porque a propaganda não parou, o consumo não parou e, portanto, a produção não parou, confirmando que o movimento harmônico dessa engrenagem é determinante para a estabilidade do país e para a felicidade dos brasileiros.


Reconhecida e premiada em certames nacionais e internacionais, respeitada e admirada pelo consumidor, a propaganda afirma, ainda, cada vez mais sua condição de componente vital para o exercício da imprensa livre e democrática.


É por meio das verbas publicitárias que os veículos de comunicação sustentam sua independência na expressão das ideias e, assim, estimulam uma permanente e vigorosa defesa da democracia.


A Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) confia que a sociedade tem no Conar (Código Nacional de Autorregulamentação Publicitária), no Código de Defesa do Consumidor e na Constituição Federal instrumentação suficiente para estabelecer os limites da atividade.


A publicidade brasileira tem um profundo compromisso com a verdade, pois trabalha consciente de que não há julgamento mais rigoroso do que aquele exercido com liberdade pelo consumidor.


Apesar do desempenho extremamente positivo, das perspectivas de cenário econômico de crescimento e da realização de grandes eventos, como a Copa e a Olimpíada, algumas ameaças pairam no horizonte.


Em que pesem a abertura do setor para o diálogo, as adequações a novos momentos e o fortalecimento do Conar, são diversas as ameaças à liberdade de expressão comercial, que é, em nossa visão, irmã siamesa da liberdade de expressão editorial.


Projetos de lei, agências que extrapolam suas funções e produzem leis, setores minoritários que tentam impor seus pontos de vista de forma quase messiânica requerem atenção. Não será pela via do cerceamento de liberdades que caminharemos para um mercado crescentemente maduro e saudável.


A Abap continuará com o diálogo com a opinião pública. Participar do aprimoramento das relações institucionais, zelar pela vitalidade do negócio e criar com responsabilidade para os milhões de brasileiros devem ser a pauta da nossa indústria em 2011.


LUIZ LARA é presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) e sócio e diretor-executivo (CEO) da Lew’LaraTBWA.


 


 


Companhias de publicidade estão otimistas para 2011


Agências de publicidade estão otimistas em relação às atividades deste ano. É o que mostra pesquisa feita pela associação Icom.


Empresas em 24 dos 28 países pesquisados acham que o volume de negócios crescerá em 2011, e 20 afirmam que seus clientes aumentarão o orçamento de publicidade.


A mídia digital é o destaque, com expectativa de aumento de anúncios em meios eletrônicos, como redes sociais.


 


 


INTERNET


Andrea Murta


EUA preparam lei para grampear Skype e Facebook


A Casa Branca deve apresentar ao Congresso em breve proposta de lei para regular serviços de comunicação on-line como Skype e Facebook para facilitar grampos de mensagens de texto e voz.


A intenção é obrigar qualquer serviço a ser capaz de decodificar e enviar ao governo toda a comunicação que passa por suas plataformas.


Funcionários de várias agências governamentais vêm trabalhando em um rascunho de lei. A Presidência ainda não aprovou nenhuma versão, mas empresas e principalmente grupos de defesa da privacidade e liberdade civil estão alarmados.


Autoridades federais afirmam que sua capacidade de grampear suspeitos de crimes e terrorismo está desaparecendo à medida em que as pessoas usam serviços on-line em vez de telefones.


‘Estamos falando de interceptações autorizadas por lei’, disse Valerie Caproni, conselheira geral do FBI. ‘Não queremos expandir autoridade, mas preservar nossa habilidade de executar a autoridade já existente para proteger o público e a segurança nacional.’


POLÊMICAS


A ideia já causa polêmica. Há dois temores principais: ameaça à privacidade de internautas (tanto por grampos sem mandado quanto por hackers, que se aproveitariam da nova vulnerabilidade) e a limitação do design de programas para a rede.


‘Estão pedindo autorização para forçar a reconstrução dos serviços on-line’, disse James Dempsey, vice-presidente do grupo Centro para Democracia e Tecnologia (CDT).


‘Basicamente querem voltar no tempo e fazer serviços de internet funcionar como um telefone.’


Gregory Nojeim, diretor do programa para liberdade, segurança e tecnologia do CDT, afirmou à Folha que a lei poderá impedir o desenvolvimento de novos serviços que ainda nem foram pensados.


‘Temos de garantir que necessidades legítimas de segurança do governo não ameacem o desenvolvimento da tecnologia’, disse.


Nos EUA, redes de telefone e banda larga já são obrigadas a ter capacidade de interceptação de mensagens sob uma lei de 1994. Essa lei porém não menciona redes sociais como Facebook ou serviços de comunicação como Skype, que não existiam.


‘Não queremos que sejam construídos serviços de comunicação com uma porta dos fundos para espionagem, da mesma forma que não queremos que construam casas com câmeras’, disse Chris Calabrese, conselheiro-sênior do programa de tecnologia e liberdade da ACLU (União Americana para Liberdades Civis).


 


 


Luciana Coelho


Wikipedia quer se expandir no Brasil


A Wikipedia tem uma meta ambiciosa para 2015: fazer com que metade de seus acessos, atualmente concentrados no mundo rico, venham de emergentes. E o Brasil, logo depois da Índia, deve puxar essa virada.


Para tanto, a Wikimedia Foundation, que mantém a enciclopédia aberta na internet, vai anunciar neste mês planos de expandir suas atividades no país.


A ideia é primeiro ampliar o número de editores voluntários (hoje são 25,2 mil, mas apenas 1.622 são considerados realmente ativos) e criar parcerias com universidades e empresas de telefonia móvel -a internet por celular é a ponta-de-lança do projeto.


Em um segundo momento, o Brasil passará a sediar um escritório e receberá maior investimento da fundação. A Índia, primeira na lista de prioridades, ganha agora a primeira base de operações do site fora dos EUA.


‘O primeiro passo é a Índia, e o Brasil é o seguinte’, disse à Folha Jimmy Wales, fundador do site.


Prestes a completar dez anos, no próximo dia 15, a enciclopédia editada pelos internautas amealhou 400 milhões de usuários mensais e é hoje o quinto site mais visitado, segundo o Google.


Seu crescimento, porém, reflete o desequilíbrio da revolução digital -só 1 em cada 5 acessos vem do mundo emergente. Mudar essa conta, se alcançado também o objetivo de bater no 1 bilhão de usuários até 2015, significará ter 500 milhões de acessos nesses países, mais que o sêxtuplo do que há hoje.


‘Estamos nos primeiros estágios, mas nossas razões em priorizar o Brasil são óbvias: é um país muito grande, está entrando on-line muito rápido e já tem uma comunidade da Wikipedia razoavelmente ativa’, afirmou Barry Newstad, o executivo-chefe em desenvolvimento global e pai da estratégia.


‘Também achamos que é um ótimo lugar para aprender e lançar projetos-piloto.’ Para Newstad, ‘é em países como a Índia e o Brasil que a internet vai evoluir nos próximos anos’.


O executivo vê a rápida expansão dos celulares e a disseminação da internet móvel como principais atrativos -em 2009 e 2010, o número de linhas móveis aumentou a 16% ao ano, segundo a consultoria Teleco.


‘Queremos criar uma versão simplificada do site para celular, que funcione em telefones 2G, pois a maioria das pessoas no Brasil ainda está no 2G’, afirmou Newstad, acrescentando que a fundação negocia parceria com companhias de celulares, sem revelar quais.


UNIVERSIDADE


Por ora, a linha de frente do esforço se concentrará nas universidades, em que a Wikimedia Foundation quer promover workshops e garimpar colaboradores.


Wales cita a troca de foco da expansão para a qualidade como principal mudança nesses dez anos no ar. Duramente criticada no passado pela falta de apuro nos verbetes, a enciclopédia quer contar com mais editores.


‘Ter uma Wikipedia gigantesca não é tão importante quanto ter uma Wikipedia de alta qualidade.’


Outras metas são melhorar o software de edição, considerado muito complexo pelo próprio fundador, e aumentar a base de usuários.


Como não aceita publicidade e não tem fins lucrativos, porém, a Wikipedia depende de doações e trabalho voluntário. Wales afirma que a campanha deste ano foi ‘a melhor de todos os tempos’.


Depois de intensos apelos no site, a Wikimedia Foundation anunciou no dia 1º que conseguiu levantar os US$ 16 milhões (R$ 27 milhões) necessários para manter a operação em 2011 -mais do que o dobro arrecadado no ano anterior. A maior parte, segundo Wales, é de doações de até US$ 30.


 


 


Usuários do Facebook postam 750 milhões de fotos no Ano-Novo


No fim de semana do Ano-Novo, os mais de 500 milhões de usuários do Facebook postaram um total de 750 milhões de fotos na rede social, número recorde, segundo divulgou ontem o blog TechCrunch.


Em julho, a rede social afirmou que 100 milhões de fotos eram postadas por dia. O blog destaca, porém, que atualmente a média já deve ser maior por conta do crescimento no número de usuários.


 


 


Camila Fusco


Rede social de idiomas cresce no país


O estudante Bruno Tadeu, 23, morador de Arcoverde, sertão pernambucano, percorre todos os dias cerca de 240 quilômetros para ir e voltar do campus de Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco, onde cursa a faculdade de economia.


Cerca de nove horas depois de sair de casa, a jornada ainda não terminou. Tadeu dedica parte do pouco tempo livre para estudar japonês e russo. Ao contrário do curso de economia, porém, o estudante não precisa sair da cidade. Tudo o que precisa está no computador.


Tadeu é um dos quase 3 milhões de brasileiros que optaram pelo ensino virtual de idiomas na rede social Livemocha, site que propõe o ensino de 35 idiomas por meio de expressões, fotos, vídeos e promove a interação entre falantes nativos numa espécie de ensino interativo.


Criado há três anos nos EUA, o portal -que já tem quase 30% de sua base de usuários composta de brasileiros que o conheceram principalmente pelo boca a boca virtual- quer aumentar a participação no país.


Hoje são quase 40 milhões de brasileiros que acessam redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter.


‘Identificamos no Brasil uma das maiores oportunidades de negócio’, afirma Michael Schutzler, presidente da companhia.


Embora ofereça serviços gratuitos, em que é possível aprender elementos básicos dos idiomas, o portal aposta no crescimento das vendas dos módulos pagos -que custam R$ 40 por mês.


Uma das táticas para ampliar a visibilidade do portal envolve a parceria com companhias locais para ensino, principalmente, de idiomas como espanhol e inglês.


Uma dessas parcerias já foi firmada com a Telefônica e oferecerá descontos para clientes Speedy.


Outra ação é o trabalho com o Sebrae em Santa Catarina, que prevê a distribuição de acessos ao conteúdo pago do Livemocha para 25 estudantes por dois meses.


INVESTIMENTOS


Por trás da operação mundial do Livemocha estão fundos de investimento que já garantiram US$ 14 milhões em aportes ao portal, entre eles o Maveron Funds, cocriado pelo presidente da Starbucks, Howard Shultz.


O Livemocha não é o primeiro no ensino on-line de idiomas -existem pelo menos seis outros portais.


Segundo especialistas, apesar da inclinação dos brasileiros por redes, um desafio será conquistar o usuário para esse tipo de aprendizado on-line, que, diferentemente de outros países, só agora começa a se popularizar.


 


 


Alexandre Orrico


Facebook se valoriza e ameaça Orkut no Brasil


O Facebook começou 2011 valendo US$ 50 bilhões, três vezes mais do que valia no início de 2010. Segundo o jornal ‘New York Times’, a rede social recebeu um investimento de US$ 500 milhões neste início de ano.


A transação torna o Facebook mais valioso que empresas como eBay, Yahoo! e Time Warner.


O crescimento avassalador do site tem efeito especial no Brasil, onde pode atingir a liderança do Orkut.


Em 2010, a rede do Google implementou cerca de 30 novidades -tudo para tentar minar o crescimento do Facebook no país.


Apesar de o Orkut se manter no topo do setor, com 29,1 milhões de visitas únicas no mês, o Facebook segue em segundo, já à frente do Twitter, com 15,4 milhões, segundo dados da Ibope Nielsen.


AMEAÇAS


A fabricante de programas de segurança McAfee afirmou que redes sociais e dispositivos móveis serão os principais alvos de malwares em 2011, segundo um estudo divulgado pela empresa no último dia 28.


Segundo o documento, o motivo é a popularização dessas plataformas em um curto período de tempo.


Os encurtadores de URLs, muito usados em redes como o Facebook e o Twitter para economizar caracteres na hora de compartilhar endereços eletrônicos, são apontados como um facilitador para a ação dos vírus, já que podem mascarar o caminho para um site malicioso.


Ainda segundo o estudo, por minuto, são criadas 3.000 URLs curtas.


 


 


TECNOLOGIA


Com alta das ações, Apple alcança valor de mercado de US$ 300 bi


O valor de mercado da Apple atingiu US$ 300 bilhões (R$ 496,4 bilhões) anteontem, primeiro dia de transações nas Bolsas em 2011, relata o blog TechCrunch.


A petrolífera Exxon Mobil é a única companhia no mundo com valor de mercado superior, US$ 375 bilhões.


As ações da gigante de tecnologia subiram mais de US$ 7 na segunda-feira, uma alta de 2,25%, segundo o site The Huffington Post.


No volume atual, de acordo com o TechCrunch, as ações da Apple teriam de ser negociadas a cerca de US$ 410 para que a empresa ultrapassasse a Exxon em valor. A ação vale hoje pouco menos de US$ 330. No início de 2010, porém, valia US$ 210.


O blog afirma que a companhia precisaria de outro ano ‘matador’ como foi 2010 -em que a empresa lançou o iPad- para alcançar a Exxon. Destaca, porém, que as ações da empresa de petróleo não mostram sinal de desaceleração.


Há um ano, a Apple era a quinta companhia aberta de maior valor, aos US$ 213 bilhões. Estava ainda US$ 40 bilhões atrás da rival Microsoft.


Em maio, as ações da empresa ultrapassaram as da Microsoft e tornaram-se as mais valiosas do mundo da tecnologia. Desde então o valor de mercado da Apple cresceu e agora está US$ 60 bilhões à frente do da rival.


 


 


ASSINATURA


Elvira Lobato


Projeto causa racha em associação da TV paga


Quatro grandes programadores estrangeiros de canais de TV por assinatura, Fox, Discovery, HBO e Viacom, desligaram-se da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) depois que a entidade mudou de posição e passou a defender o projeto de lei 116, que abre o mercado de TV a cabo às companhias telefônicas.


O projeto cria um sistema de cotas para a exibição de conteúdos produzidos no Brasil -os programadores estrangeiros são radicalmente contrários a elas.


Um terço dos canais de filmes e séries oferecidos nos pacotes, segundo o projeto, terá de ser brasileiro. Além disso, o projeto obriga os canais estrangeiros a exibir três horas e meia semanais de conteúdo brasileiro.


A ABTA esteve alinhada aos estrangeiros contra o projeto, até que em novembro a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu caminho para as teles oferecerem TV a cabo, mesmo sem o projeto aprovado.


A agência decidiu que não haverá mais licitações públicas para a venda de licenças de TV a cabo e que elas serão distribuídas, de forma ilimitada, por R$ 9.000.


Além disso, autorizou a mudança nos contratos de concessão das teles para retirar a cláusula que as proíbe de oferecer TV a cabo em suas áreas de concessão de telefonia fixa.


MAL MENOR


O presidente-executivo da ABTA, Alexandre Annenberg, diz que a decisão da agência criou uma insegurança jurídica tal para as operadoras de TV paga que a criação das cotas se tornou um problema secundário.


‘Continuamos contra as cotas, mas estamos diante de uma ameaça maior, que é a entrada das teles no setor, sem regulamentação. O projeto de lei cria um marco regulatório. Depois que for aprovado, poderemos rediscutir as cotas’, afirmou.


Os programadores estrangeiros vão fortalecer uma outra entidade para representá-los: a ABPTA (Associação Brasileira de Programadores de Televisão por Assinatura).


O presidente da ABPTA, Carlos Alkimim, disse que, além das cotas, a entidade se opõe à atuação da Ancine (Agência Nacional de Cinema) na fiscalização da TV paga, incluída no projeto.


‘A Anatel já desempenha esse papel. Por que ter duas agências reguladoras fazendo o mesmo serviço?’


 


 


GOVERNO DILMA


Elio Gaspari


Internet poderá ser a joia do governo


O GOVERNO DE Dilma Rousseff entrou em campo anunciando uma iniciativa que poderá ser a joia da coroa de seu mandato: a ampliação, para o andar de baixo, do acesso à internet de banda larga.


Um estudo do Ipea divulgado em abril passado traçou um retrato preocupante para o progresso do Brasil. Décima economia do mundo, Pindorama é a 60ª colocada no acesso à internet rápida, atrás de Argentina (49ª), Rússia (48ª) e Grécia (30ª).


O serviço, pouco, também é caro. O brasileiro gastava com a rede 4,58% da sua renda mensal per capita, contra 1,68% do russo e 0,5% dos fregueses das economias avançadas. É pouca, cara e também lenta, abaixo da linha d’água do padrão internacional.


Pelo que informa o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, as operadoras de telefonia serão chamadas para expandir a rede, cobrando algo entre R$ 30 e R$ 35.


Cobram em torno de R$ 110 e culpam os impostos, o que é uma meia verdade, pois se todos os tributos saíssem da conta, ela continuaria cara. De qualquer forma, o governo anuncia que pretende negociar com os Estados um alívio na tunga, que chega a 42% sobre o valor do serviço.


Ou os barões da telefonia compram a ideia de levar a rede para a choldra, ou a Viúva entrará no negócio. Felizmente, chegou-se a um tempo no qual a presença do Estado num serviço público deixou de ser palavrão. A privataria ganhou bom dinheiro com um sistema sem banda larga no andar de baixo.


Como o amor do poeta, terá sido eterno enquanto tiver durado. Se a iniciativa privada persistir na abulia, o Estado entra no mercado. Depois, se for necessário, cria-se, rápido, a CPI da Telebrás.


Dilma Rousseff ficou conhecida na nobiliarquia petista como a doutora que chegava às reuniões com um laptop. Em seus oito anos de experiência no governo, viu murcharem iniciativas federais no mundo da informática, atazanado por espertezas, delírios e marquetagens.


Algumas coisas que poderiam ter dado muito certo andaram devagar. A universalização do software livre na rede oficial patinou. (Teve um opositor de notável memória: Delúbio Soares.) Outras, que tinham tudo para dar errado, felizmente atolaram. Um plano delirante de compra de milhões de computadores para alunos das escolas públicas foi convertido num projeto-piloto, modesto e experimental.


Desde o tempo dos tucanos, sempre há alguém querendo vender micros para as crianças. Até hoje, o que se viu foram ataques irresponsáveis à bolsa da Viúva. O sonhado computador de US$ 100 nunca conseguiu sair do laboratório de boas intenções de Nicholas Negroponte.


Um projeto de popularização de máquinas com financiamentos do BNDES foi substituído pela competitividade do varejão, beneficiado por um programa de desoneração dos impostos. Já a fábrica de microprocessadores inaugurada em fevereiro pelo governo federal ainda não produziu um só chip.


Na ponta do sucesso, o Gesac, um programa do Ministério das Comunicações, já levou 12 mil pontos de banda larga para cerca de 5.000 municípios. Se os barões da telefonia quiserem ver por onde o Estado começou a mudar a banda larga, e o que isso significa no andar de baixo, podem visitar o portal desses telecentros comunitários.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


‘JN’ perde um de cada quatro espectadores


O ‘Jornal Nacional’ (Globo) fechou 2010 com a pior audiência de sua história.


Segundo pesquisa do Ibope, o noticiário registrou em 2000 média de 39,2 pontos, com 56% de share (participação entre TVs ligadas). (Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


Encerrou 2010 com média 29,8 pontos e 49,3% de share, uma queda de 24% de audiência em relação a 2000: perdendo um de cada quatro telespectadores.


Também pela primeira vez, o ‘JN’ ficou abaixo dos 50% de share. Seu ápice na década foi em 2004, em que alcançou média de 39,4 pontos e 61,9% de share.


Márcio Nunes/Globo


ESPIÃO


Em ‘Insensato Coração’ (Globo), que estreia dia 17, Léo (Gabriel Braga Nunes) ouve Silveira (Hugo Carvana) e Norma (Glória Pires) e arma seu golpe


Privado O inédito segundo andar da casa do ‘Big Brother Brasil 11’ (Globo), que está sendo toda reformada, pode abrigar o quarto do líder. Antes, o quarto era como uma casinha à parte no jardim. O programa estreia dia 11.


Fôlego ‘Araguaia’ (Globo) registrou ontem média de 27 pontos de ibope. A trama vinha marcando 24 pontos.


‘Roupa medonha, marcava, aparecia uma barriga. Ela se destacou por ser jovem, no meio de mulheres…’


BETTY LAGO


Comentando o visual de Marcela Temer, mulher do vice-presidente Michel Temer, no ‘Mais Você’ (Globo) de ontem


Poltrona Os americanos viram mais TV em 2010. Segundo pesquisa da Nielsen, o números de televisores sintonizados em canais pagos e abertos nos EUA cresceu cerca de 1% no ano passado, em relação a 2009. Os americanos assistiram a cerca de 34 horas de TV por semana.


Poltrona 2 A pesquisa mostra que, entre os telespectadores mais velhos (+50 anos), a CBS foi o canal mais assistido em 2010. A Fox liderou audiência entre o público com idade entre 18 e 49 anos.


Free ‘The Phone’, reality que estreia em abril na Band, poderá ir ao ar em qualquer horário. O Ministério da Justiça classificou como ‘livre’.


Data Nem domingo nem segunda. Hebe ficará com as noites de terça na Rede TV!.


A pergunta é Por que os programas femininos insistem em preparar pratos indigestos em determinados horários? Pimentão à milanesa e acarajé às 9h30 da manhã, não dá.


Flashes O momento tapete vermelho começa na TV paga no dia 16, com a exibição do Globo de Ouro no TNT.


Martelo Na geladeira há seis meses, Silvia Poppovic se reúne amanhã com a direção da Band para discutir seu rumo no canal.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Elisangela Roxo


SBT estreia hoje o concurso de talento ‘Se Ela Dança Eu Danço’


Estreia hoje no SBT uma espécie de ‘Show de Calouros’ para dançarinos -profissionais ou amadores-, o ‘Se Ela Dança Eu Danço’.


Dez mil candidatos se inscreveram para participar da versão de ‘Dança dos Famosos’ feita com não famosos pelo canal de Silvio Santos.


Na primeira fase serão selecionados 250 dançarinos (ainda é possível se inscrever pelo site www.sbt.com.br).


Na próxima etapa, 50 participantes disputam a final e o prêmio de R$ 200 mil.


A temporada de estreia tem 13 episódios previstos, mas pode ser estendida para até 26, se a atração alcançar boa audiência.


O vencedor será definido por um júri de especialistas.


O ator Jarbas Homem de Mello, protagonista do musical ‘Zorro’, dividirá a bancada de jurados com o coreógrafo João Wlamir e a dançarina ucraniana Lola Melnick.


Após o programa, estreia a segunda temporada do concurso de resistência ‘Solitários’. Amanhã, às 20h30, volta ‘Topa ou Não Topa’, com Roberto Justus. Sexta-feira, no mesmo horário, reestreia ‘Uma Hora de Sucesso’, com shows musicais.


NA TV


Se Ela Dança Eu Danço


Estreia do concurso de dança


QUANDO hoje, às 20h15, no SBT


CLASSIFICAÇÃO não informada


 


 


Canal pago de Oprah estreia nos EUA com audiência alta


A Oprah Winfrey Network estreou no último dia 1º nos Estados Unidos com 1 milhão de espectadores no horário nobre, segundo dados preliminares. O canal foi o quarto mais visto da TV a cabo no país. A crítica Alessandra Stanley, do ‘New York Times’, avaliou positivamente a OWN como ‘um lugar onde o cinismo tira uma folga e a zombaria não foi inventada’.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


INTERNET


Miguel Helft, The New York Times


Com investidores, Facebook foge da Bolsa de Valores


Quando as novas empresas do Vale do Silício colocavam suas ações para ser negociadas em Bolsa, este era o seu rito de passagem definitivo – indicando que ela chegou lá. Mas isso já não é mais assim.


Com a injeção de US$ 500 milhões do Goldman Sachs e outros investidores, o Facebook está agora nadando em dinheiro, com um valor de mercado de US$ 50 bilhões, o que lhe dá o vigor financeiro necessário para competir com rivais mais ricas, como o Google.


E o Facebook espera um outro benefício dessa transação: a possibilidade de adiar a abertura de capital na Bolsa. Isso permitirá à empresa continuar livre dos regulamentos governamentais e da volatilidade de Wall Street. E também vai permitir que Mark Zuckerberg, diretor executivo da empresa, mantenha um controle quase absoluto da companhia que criou com colegas num dormitório na Universidade Harvard, em 2004.


Esse tipo de estratégia era algo inimaginável no Vale do Silício há apenas alguns anos, quando centenas de novas empresas com receitas magras e nenhum lucro, como a Pets.com e a Webvan, colocavam suas ações para serem negociadas em Bolsa e os investidores faziam fila para comprar os papéis.


E muita gente faria fila para comprar ações do Facebook. Mas, no momento, somente um grupo muito exclusivo – os clientes abastados do Goldman Sachs – é que podem. Na segunda-feira, o banco enviou e-mails para alguns, oferecendo a eles a chance de investir na companhia.


Capital fechado. Essa oferta é o sinal mais recente da emergência de mercados ativos interessados nas ações de empresas fechadas. E esses mercados estão ajudando novas empresas do setor bem-sucedidas, como o Facebook, a obter os recursos necessários para competir de igual para igual. E eles também hoje são uma maneira de capitalistas de risco e empregados dessas empresas lucrarem com suas ações, transformando muitos engenheiros sobrecarregados de trabalho em milionários de uma hora para outra.


E assim, um jovem magnata como Mark Zuckerberg, o mais novo bilionário do mundo, com 26 anos, pode desfrutar de muitos dos benefícios oferecidos por uma oferta pública de ações sem ter de ficar ligado a Wall Street. Outras empresas de tecnologia, como Twitter, Zynga e Groupon, também estão penetrando nesses mercados secundários para manter à vista os investidores no mercado acionário.


Elas não têm pressa para negociar suas ações na Bolsa e não precisam mais do ‘direito de se gabar’ que era oferecido por uma oferta pública de ações.


‘Este mundo está de cabeça para baixo’, disse Scott Dettmer, sócio fundador do escritório de advogados Gunderson Dettmer, que assessora capitalistas de risco, empresas iniciantes no setor e empresários desde os anos 80. Segundo ele, há apenas alguns anos, ‘havia todas as razões possíveis para uma empresa fazer uma oferta pública de ações e para o empresário isso era uma honra’.


Talvez mais do que qualquer outro fundador de empresa, Mark Zuckerberg manifestou com frequência seu desinteresse em Wall Street. Ele deixou passar oportunidades de ganhar muito dinheiro, por exemplo, quando, aos 22 anos, rejeitou uma oferta bilionária pelo Facebook.


‘Mark preferiria não fazer uma oferta pública de ações enquanto isso não for absolutamente necessário’, disse David Kirkpatrick, autor do livro O efeito Facebook. ‘Ele não quer, absolutamente, sacrificar o controle da companhia porque acha que sua visão é necessária para manter a empresa cada vez mais forte’.


Investigação. A busca de Mark Zuckerberg em manter o Facebook uma empresa fechada, porém, não deve durar para sempre. As regras americanas exigem que empresas com 500 ou mais investidores passem a informar seus resultados financeiros, o que elimina um dos principais benefícios de uma empresa se manter com capital fechado.


O investimento de US$ 500 milhões do Goldman Sachs e de um grupo russo por uma participação de 1% na empresa foi feito em parte para contornar essas regras. Mas pode ajudar por tempo limitado. A SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) está investigando os negócios de empresas privadas em mercados secundários e os órgãos reguladores podem decidir que o que é bom para o Facebook não é necessariamente bom para o público que está investindo. / Tradução de Terezinha Martino


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


SBT implode B.O. e corta 13 no jornalismo


A direção de jornalismo do SBT, na voz de Luiz Gonzaga Mineiro, assegurou ao Estado que os cortes que tinham de ser feitos na área já acabaram. Treze pessoas foram dispensadas na segunda-feira – outras foram remanejadas para outros programas da casa. O feito foi causado pelo fim do Boletim de Ocorrência, o B.O, programa que não obteve sucesso em buscar audiência com conteúdo policialesco. Há pouco mais de um mês, o SBT tentou reformar o produto e convocou Roberto Cabrini para apresentá-lo – o jornalista rejeitou a missão. O fim do B.O. é a primeira obra de Daniela Beyrytti, filha de Silvio Santos, em sua segunda gestão no comando da programação da emissora.


Mangá


Camila Chiba, aposta oriental da Globo para a próxima novela das 7, em cena gravada no Japão: Hoshi, sua persona, é uma atrapalhada decasségui e membro dos otakus, grupo que defende a cultura moderna japonesa. De Walcyr Carrasco, Morde e Assopra estreia em março.


555% foi o avanço de audiência constatado pela Nielsen no primeiro dia do Own, canal de Oprah Winfrey que antes abrigava o Discovery Health nos EUA


‘Eu não tô tolerando isso aqui. Quero ir gravar meu programa’ Paulo César Pereio, do elenco da novela Amor e Revolução, ao Estado, em workshop sobre a ditadura, no SBT


O SBT refaz contatos com profissionais de jornalismo na Argentina para voltar a ter correspondente naquela praça.


A contratação de um correspondente na China, segundo o diretor de jornalismo do SBT, Luiz Gonzaga Mineiro, também está em processo. No Brasil, a emissora pretende intensificar sua cobertura no Nordeste, com polo em Pernambuco.


Sem mudar de canal: a surpreendente transmissão contínua de três horas da posse, no sábado, feito inédito no SBT, foi altamente incentivada pelo titular do horário, Raul Gil, que defendeu junto à direção do SBT a importância do evento, abrindo mão de sua imagem na tela.


O Roda Viva já encerrou seu período de recesso. Volta ao vivo na próxima segunda-feira, com convidado a definir, na TV Cultura.


Patricia Maldonado gravou em dezembro piloto para o Infomaníaca, projeto da Band para a nova grade. Versa sobre os hábitos femininos no campo da tecnologia.


O Telecine rufa tambores para anunciar que há cinco anos consecutivos, desde 2006, exibe o filme mais assistido do ano na TV por assinatura brasileira. O vencedor de 2010 foi Lua Nova.


Das 10 maiores bilheterias do cinema no Brasil em 2010, 7 tiveram ou terão sua primeira exibição pelo canais Telecine. Eis a lista: Tropa de Elite 2, Avatar, Shrek para Sempre, Eclipse, Alvin e os Esquilos 2, Nosso Lar e Chico Xavier.


Adendo: os filmes brasileiros aí mencionados pela Rede Telecine, que pertence à GloboSat em 50%, são todos coproduzidos pela GloboFilmes. Assim fica tudo em casa.


Rodrigo Rodrigues, ex-Vitrine, substitui Eduardo Elias – que foi para a MTV – no Bate-Bola da ESPN Brasil.


 


 


 


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