Pouco a pouco, apesar de todas adversidades, a população brasileira está percebendo a utilidade política das redes sociais via internet. A repetição do show da professora Amanda Gurgel, transmitido inicialmente pelo Twitter, durante uma audiência pública sobre a educação para um grupo de deputados no Rio Grande do Norte, e sua exibição domingo (22/5), no Programa do Faustão, pela Globo, demonstrou como é possível as redes sociais debaterem grandes problemas brasileiros e furarem o bloqueio em que é envolta a chamada grande audiência pelos veículos comerciais.
Como no Brasil sinônimo de grande audiência tem sido o tratamento de temas sociais frívolos e esportivos, em nome do que os grandes temas são secundarizados na confirmação da cumplicidade histórica entre os meios de comunicação e o poder, o exemplo da professora abre caminho para uma nova realidade nos meios de comunicação no Brasil. Esse caso é respaldado pela nova postura exigida para a imprensa mundial depois do furo internacional dado do fim do no passado para cá pelo WikiLeaks, ao revelar os documentos confidenciais da diplomacia dos EUA sobre as intervenções políticas do governo norte-americano em diversos países.
Como no Brasil se desenvolveu, há séculos, a teoria do conto de fadas, segundo o qual mais vale material gerado para alimentar o imaginário popular do que a realidade nua e crua, em nome do que ter é mais importante do que ser, a função social das redes sociais assume um peso fundamental: começa a desmistificar a força dos veículos comerciais junto ao seu público consumidor e a criar novos parâmetros de avaliação dos fatos.
Fonte de informação pioneira
Ou seja, como no Brasil, já há algum tempo, as coisas não bastam ser, mas precisam aparentar que são – já que a aparência passou a ser denotativa –, as redes sociais em ampliação constante no Brasil passam a desconstruir todo esse engenho de veículos de comunicação aflorados pelas ditaduras, dando lugar a novos espaços e públicos diferenciados após a internet.
Por isso, não pode ficar despercebido um momento histórico em que está em plena efervescência o nascimento de um veículo que pretende ser o maior jornal virtual da região Nordeste depois de tantos anos de império do Diário de Pernambuco e do Jornal do Commercio. É o www.onordeste.com.br. O projeto começou há menos de três anos comendo pelas beiradas, como diz seu empreendedor, o jornalista Ivan Maurício. A fórmula é simples: de cada estado, Ivan Maurício pretende editar pelo menos 100 blogs. Ou seja, serão, num só lugar, brevemente, 900 blogs na constituição de uma rede de 900 colaboradores (com informações e fotografias), numa cobertura regional que logo se nacionalizará com a envergadura e a disposição virtual do Nordeste.
Daí, observa-se uma revolução intestina na formação de novos veículos de informação no Brasil, com a criação de veículos que atuarão em rede para acompanhar a turbulência da sociedade brasileira. A força dos blogs já multiplicou a potência do jornalismo brasileiro e mundial. A potencialização deles, com a formação de um turbilhão de informações num só bloco, vai se constituir numa fonte de informação pioneira na arregimentação de energias capazes de modificar o modo de se fazer jornalismo no país.