Freelancers são cada vez mais importantes para jornais, revistas e sites, pois orçamentos menores significam menos recursos para jornalistas em tempo integral, com seus salários e benefícios. Mas, em alguns momentos, freelancers podem se tornar uma dor de cabeça, escreve, em sua coluna [28/5/11], o ombudsman do Washington Post, Patrick B. Pexton.
Foi o que aconteceu na seção de viagem publicada no dia 17/4. O freelancer Robert Rigney escreveu uma matéria sobre o Museu de Arte Moderna de Andy Warhol, em Medzilaborce, pequena cidade na Eslováquia onde os pais de Warhol cresceram antes de imigrar para os EUA. O artigo é bem escrito, no entanto, aparentemente algumas das citações e trechos foram retirados, sem os devidos créditos, de um documentário sobre um dia no museu, feito por Stanislaw Mucha em 2001. O filme, chamado Absolut Warhola, está disponível no YouTube. Um leitor atento lembrou-se dele e informou à seção de viagem sobre o possível plágio.
Depois de serem informados, o editor Joe Yonam e a subeditora Zofia Smardz entraram em contato com Rigney, lhe fizeram algumas perguntas e confirmaram algumas informações do artigo. Acontece que Rigney, que também escreve para o Christian Science Monitor, fez várias viagens para o museu, mas uma década atrás. A matéria teria sido baseada nas impressões desta época, e não em uma viagem recente.
Quando confrontado pelo jornal sobre o plágio, ele reconheceu ter retirado alguns trechos do documentário. Ele, entretanto, chegou a falar com o diretor do museu. Após a acusação de plágio, o Post interrompeu o pagamento a Rigney. Seus editores informaram que ele nunca mais prestará serviços ao jornal. O contrato padrão com freelancers do Post estabelece que o material seja original.