Exemplos recentes do New York Times mostram que o jornal está cobrindo diversos temas de cultura – não importa o viés do assunto. No dia 19/5, uma matéria abordou a cobertura da mídia sobre as mulheres nos casos do ator Arnold Schwarzenegger, que teve um filho com a empregada, e do ex-presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, acusado de estuprar uma camareira de hotel. No dia 22/5, foi publicado um artigo sobre como o jornalismo de tabloide funciona na era digital.
Os exemplos são os mais diversos. “Você não pode fingir que esta parte do mundo não existe. Isto faz parte da nossa cultura”, observou Jim Rutenberg, autor do artigo sobre os motivos financeiros por trás dos tabloides. Neste contexto, é um desafio para o NYTimes preservar sua nobre marca na medida em que tenta cobrir o mundo como conhecemos: com seus altos e baixos e, muitas vezes, com vulgaridade, comentou, em sua coluna [29/5/11], o ombudsman do diário, Arthur S. Brisbane.
Na matéria sobre os casos Schwarzenegger e DSK, o editor nacional, Rick Berke, explica que foi necessário publicar detalhes inaceitáveis para que o leitor soubesse do assunto. É uma linha tênue entre o que é preciso revelar e o bom gosto. Padrões e gostos não são estáticos e, claro, modificam-se com o tempo. A cobertura de grandes personalidades, como o ex-governador da Califórnia e o ex-presidente do FMI, adapta-se com os padrões sociais, assim como um jornalismo mais leve que satisfaz gostos populares. E o que antes não tinha espaço no jornal, encontra um lugar.