A organização americana sem fins lucrativos Freedom House, com sede em Washington, divulgou na segunda-feira (18/4) um amplo relatório sobre liberdade na internet em 37 países. Com 410 páginas, o estudo contou com financiamento das Nações Unidas. Em 2009, um relatório similar analisou 15 países.
Na pesquisa mais recente, nove destas 15 nações pioraram na avaliação de liberdade na internet, levando em conta quesitos como obstáculos ao acesso, limites ao conteúdo, vigilância sobre os internautas, entre outros. A maioria das novas nações estudadas também apresentou desempenho fraco.
A Estônia foi listada como o país com maior liberdade na internet, seguido pelos EUA, Alemanha, Austrália, Reino Unido, Itália, África do Sul e Brasil. O Brasil, por sinal, é o último país da lista a ser considerado ‘livre’. A ele seguem Quênia, México e Coréia do Sul, ‘parcialmente livres’. Entre as nações que possuem as políticas mais repressivas estão Irã, Mianmar, Cuba, China, Vietnã, Arábia Saudita e Tunísia.
Riscos
Irã, China e Rússia estão entre os países avaliados em 2009 e que tiveram aumento na repressão na rede. A Rússia – classificada como parcialmente livre – também foi listada em um grupo de países que, apesar de terem conquistado uma ‘relativa liberdade de expressão e comunicação na internet’, sofrem o risco de piorar rapidamente. Neste grupo estão Tailândia, Jordânia, Venezuela e Zimbábue.
Especialmente na Rússia, onde a internet é, hoje, a plataforma menos censurada para o debate público, a situação é preocupante. Nos últimos dois anos, à medida que mais pessoas têm acesso à rede, mais a liberdade online é deteriorada. Foram contabilizados o bloqueio de sites da oposição, 11 prisões de blogueiros nos últimos 17 meses, e indícios de que funcionários do governo estariam contratando internautas para divulgar propaganda do partido de situação.
A China é outro caso que merece destaque. Com a maior população online do mundo, continua a incrementar suas estratégias de controle da rede, minando o espaço para atividades anônimas e criando leis vagas que obrigam as companhias de internet a censurar seus usuários. Ainda que seja possível driblar os filtros impostos pelas autoridades, o relatório afirma que as técnicas de controle têm obtido sucesso. Menos de 15% dos cidadãos pesquisados já ouviram falar do ativista Liu Xiaobo, vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2010, preso desde 2008. Com informações do Financial Times [18/4/11].
O relatório completo (em inglês) está está qui.