Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Voluntariado para analisar os e-mails de Sarah Palin

A divulgação dos e-mails da ex-governadora do Alasca Sarah Palin pelo governo do estado, a pedido de organizações de mídia, com base na legislação de abertura de documentos públicos, ganhou destaque na imprensa e despertou grande interesse do público, comentou o ombudsman do Washington Post, Patrick B. Pexton, em sua coluna de domingo [12/6/11].

Para analisar, em pouco tempo, os 24 mil e-mails divulgados, oPost convidou 100 leitores para trabalhar em equipes, em um esforço colaborativo que buscava reunir pessoas que sabiam mais do que jornalistas sobre o Alasca e sobre Sarah. Além disso, foi um jogo interativo para engajar os leitores. Não levou muito tempo para que 100 pessoas aderissem ao projeto e fosse iniciada uma grande fila de espera. O Post tentou fazer uma triagem por conhecimento, habilidade e tendência política, mas rapidamente ficou sobrecarregado pelo volume de voluntários.

Plano B

Duas horas e meia depois da chamada do Post, o blog político do NYTimes, The Caucus, anunciou que qualquer um poderia se inscrever e comentar ou analisar um e-mail de Sarah. Depois disso, o Post resolveu mudar sua estratégia. O editor de interatividade, Hal Straus, disse em entrevista que tornaria a iniciativa mais aberta, devido ao grande interesse do público. “A ideia de usar um grupo fechado não é o que queríamos fazer. Deveríamos ter dito ‘não’ às pessoas”, afirmou.

Originalmente, o Post dividiria os 100 voluntários em grupos de 10 pessoas, com cada membro lendo os mesmos e-mails de Sarah Palin. Desta forma, não haveria apenas a visão de uma pessoa, mas potencialmente de 10. O Post também desenvolveu um roteiro para questionar os voluntários sobre o que pensam da ex-governadora, se eles trabalham ou já trabalharam para alguma campanha política de algum partido e se tinham um conhecimento especial do Alasca e de Sarah. Mas, com a imensa quantidade de interessados, o jeito foi partir para o plano B. Neste meio tempo, leitores lotaram o sistema de comentários do site do Post e também a caixa de e-mails do ombudsman, acusando o jornal de ter tendência liberal e atacar Sarah, que não é candidata presidencial e não ocupa um cargo público desde 2009.