Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A velha nova estratégia: não atacar para não ser atacado

O primeiro debate entre os presidenciáveis na TV aberta ocorreu às 22h, na Bandeirantes e afiliadas. O confronto gerou expectativa, essa frustrada, pois pouco pode ajudar a definir as diferentes propostas nesta eleição. Para muitos eleitores, o debate é o primeiro passo para decidir o voto. Ou no caso deste, o primeiro, a arrancada midiática das candidaturas majoritárias.

A abertura pomposa com uma orquestra ao vivo traz a dimensão do evento, com o tema exclusivo da Bandeirantes para as eleições. Como prévia, se realizaram entrevistas substituindo uma apresentação convencional do perfil dos candidatos mostrando a chegada de cada candidato aos estúdios.

O debate contou com cinco blocos e duração de aproximadamente duas horas. No primeiro bloco, os candidatos responderam a uma pergunta escolhida pelos internautas através do sítio da emissora (http://www.band.com.br/jornalismo) e também perguntas uns aos outros.

Um discurso ponderado

Dilma Rousseff, PT, mostrou-se muito nervosa em suas três primeiras falas e quando perguntada de forma contundente sobre as promessas não cumpridas pelo atual governo. Serra, PSDB, manteve o ar sóbrio obviamente dado pela larga experiência em debates provenientes de campanhas passadas. Marina Silva, PV, mostrou-se apática em suas intervenções, o que deixou um campo aberto para a grande estrela do debate, o candidato Plínio Arruda, PSOL.

O efeito eleitoral dele ultrapassará a noite do encontro entre os candidatos? As declarações feitas durante o confronto repercutirão seguramente nos dias seguintes. Os eleitores sabem o que gostariam de ouvir dos candidatos e sabem, principalmente, o que não querem, de jeito algum. E esta noite foi marcante.

O candidato do PSOL em vários momentos ressaltou que era um candidato radical e quis por os demais candidatos em uma única rama quanto a seus projetos para uma futura presidência. Os demais candidatos tiveram um discurso mais ponderado. As críticas entre os líderes pareceram estar dentro da velha nova estratégia da política marqueteira: não atacar para não ser atacado. Mesmo porque estes estiveram já tanto no governo como na oposição.

******

Ator, diretor teatral, cantor, escritor e jornalista, Florianópolis, SC