A relação entre Barack Obama e os jornalistas que cobrem a Casa Branca azedou. A Associação dos Correspondentes reclama da falta de acesso ao presidente, que dá mais atenção a colunistas e apresentadores de TV do que aos repórteres que acompanham sua rotina.
No que parece ter sido uma tentativa de melhorar a relação, Obama convidou um grupo de correspondentes da Casa Branca para almoçar com ele na semana passada. Havia apenas um porém: eles não poderiam escrever sobre o que fosse falado durante o encontro. O presidente já participou de encontros em off com colunistas e analistas políticos – na maioria de inclinação liberal.
Mas para repórteres a situação é, no mínimo, estranha. O almoço talvez passasse despercebido se não fosse o correspondente do New York Times, que recusou o convite e falou publicamente a respeito. O Upshot, blog de notícias do Yahoo, tentou apurar os nomes dos convidados e, curiosamente, os jornalistas optaram pelo silêncio.
Tão perto e tão longe
Segundo a professora Martha Joynt Kumar, da Universidade Towson, que pesquisa as interações de Obama com a mídia, o presidente teve menos contato com os correspondentes da Casa Branca do que seus antecessores George Bush, Bill Clinton e George W. Bush.
Até 20 de julho, foram contabilizadas 36 coletivas de imprensa desde que Obama tomou posse – o mesmo número de Bush filho no mesmo período de tempo, mas menos do que Clinton (66) e Bush pai (54). Em sessões curtas de perguntas e respostas, que Martha define como eventos em que apenas um pequeno grupo de repórteres pode fazer uma pergunta ao presidente, foram contabilizadas 67 na gestão Obama, contra 205 de Bush filho, 356 de Clinton e 93 de Bush pai. Com informações de Jeremy Peters [The New York Times, 13/8/10].