No fim do ano passado, o mercado das publicações para iPad começou a ruir. Logo após um início promissor, as vendas das revistas adaptadas especialmente para o formato do tablet começaram a cair. A Vanity Fair é um bom exemplo do cenário: as vendas digitais caíram de uma média de 10.500 entre agosto e outubro para 8.700. As também americanas Glamour e Men’s Health tiveram queda de 35% e 30%, respectivamente. A tecnológica Wired, já considerada a galinha dos ovos de ouro do iPad, também enfrentou queda de 35% – de 31 mil assinaturas em abril de 2010 para 23 mil em novembro.
Mas ainda é cedo para os alarmistas diagnosticarem a morte das revistas para o tablet, afirma Zachary Sniderman em artigo na Columbia Journalism Review [21/6/11]. Mesmo que os relatórios de vendas para o início do ano ainda não tenham sido divulgados, ele considera seguro dizer que as quedas vão diminuir com a entrada de mais usuários neste mercado.
Padrão
Sniderman vê um padrão similar entre a adoção das revistas para iPad e a adoção a qualquer formato de publicação – desde as primeiras prensas do século 15 até o nascimento da blogosfera no fim dos anos 90. As razões para as dificuldades deste primeiro período podem não ser as mesmas para os primeiros livros, os jornais impressos, os blogs e o iPad, já que cada nova plataforma tem seus próprios desafios culturais, políticos e tecnológicos. Mas, ainda assim, ele afirma que semelhanças no modo como as novas tecnologias são recebidas pelo público sugerem que as revistas para iPad têm futuro. Basicamente, as pessoas se acostumam.
Sniderman lembra que, em determinado momento, ler um jornal de papel chegou a ser visto como uma atividade de elite, assim como é hoje ler uma revista no tablet da Apple. Aos poucos, o papel foi se tornando mais barato e comum, e mais acessível.
Para saber mais, clique aqui (artigo em inglês).