Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

BBC anuncia regras para uso de redes sociais

A rede pública britânica BBC anunciou, esta semana, suas regras para o uso de mídias sociais por seus funcionários. Na nota, a rede afirma que não proíbe o uso do Twitter e encoraja o uso das redes sociais, desde que não sejam violados acordos de confidencialidade.

As diretrizes são divididas entre uso pessoal e uso profissional das redes sociais. A BBC afirma que os funcionários devem deixar claro para os usuários da rede social usada a diferença entre um perfil profissional e um pessoal. O logo da BBC pode ser usado, desde que o conteúdo associado ao perfil seja ligado à rede pública.

Nos perfis com propósito profissional, as contas de possíveis amigos virtuais devem ser checadas antes que eles sejam aprovados, e é desejável que se verifique regularmente os comentários destes amigos depois de aprovados. Além disso, a BBC afirma que não tem a intenção de reforçar as medidas de proteção e segurança estabelecidas por cada rede social. Mas ressalta que pode haver ocasiões em que poderá intervir, de maneira leve, no uso das redes por um funcionário.

Quando uma mensagem é repassada, ou “retuitada”, deve-se tomar cuidado para não fazer parecer que a BBC está corroborando uma determinada opinião. O conteúdo colocado nas redes sociais devem trazer o link do site BBC Online, para encorajar os usuários a “consumir mais conteúdo da BBC”.

Nas contas de uso pessoal, os funcionários devem estar cientes de que pode não ser apropriado compartilhar fotografias, vídeos e comentários ligados ao trabalho. Comentários ofensivos sobre colegas da BBC serão vistos como uma violação das regras da empresa. Funcionários editoriais não devem indicar sua posição política, e funcionários de outros setores devem deixar claro seu papel na empresa se desejarem participar de atividades políticas nas redes.

Rede de problemas

Nos últimos anos, com o crescimento da influência de redes como o Twitter e o Facebook, organizações de notícias em diferentes países começaram a se preocupar com o comportamento de seus jornalistas e a estabelecer regras de uso. O Washington Post foi um dos primeiros jornais a fazê-lo, em 2009. Em suas diretrizes, o diário americano deixava claro que repórteres e editores não deveriam “expressar pontos de vista que podem ser encarados como políticos” ou tomar partido em debates públicos, e dava um lembrete aos funcionários: “O que você faz nas redes sociais está disponível publicamente para qualquer um, mesmo se você criar uma conta particular. Se você não quer que algo seja encontrado online, não coloque lá”.

A agência de notícias Associated Press também foi rápida em anunciar suas regras, no mesmo ano. Na época, líderes do sindicato que representa 1,5 mil funcionários da AP nos EUA questionaram a imposição para que usuários do Facebook apagassem de suas contas material postado por outros internautas que violasse os padrões da agência, dizendo que se tratava de algo inapropriado para uma organização que prega a liberdade de expressão.

No Brasil, jornalistas usuários das redes sociais foram demitidos, no último ano, após comentários sobre seus empregadores. Felipe Milanez, então editor da revista National Geographic, foi demitido pela Editora Abril após criticar, com termos pesados, a revista Veja, da mesma empresa, em sua conta no Twitter. Meses depois, os jornalistas Alec Duarte, da Folha de S. Paulo, e Carolina Rocha, do jornal Agora, foram dispensados pelo grupo Folha depois de uma troca de comentários no Twitter sobre a cobertura da morte do vice-presidente José Alencar.

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