Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O campo jornalístico é uma arma

A ética e o compromisso são fatores indispensáveis para a perpetuação de um verdadeiro jornalista. Nos dias atuais, profissionais da comunicação – ‘jornalistas’ – têm esquecido alguns aspectos morais e condizentes do campo, enveredando por caminhos mais fáceis.

Questões éticas vêm sendo bastante discutidas na atualidade e isso não nasceu hoje: há teóricos que já dispunham desse tema tempos atrás e a discussão dessa realidade é de grande necessidade. Jornalistas comprometidos com o bem coletivo, com a verdade, entendem que jornalismo é muito mais que uma profissão ou ciência. O campo jornalístico é uma arma e essa arma, é o próprio jornalista quem decide se usará para o bem ou para o mal.

Alguns escritores, como Heródoto e Bucci, defendem o campo e explicam que para exercer tais atividades é necessário ser um verdadeiro profissional. Sem esse verdadeiro profissional, fica impossível a aceitação da vulgarização no campo jornalístico, seja ele exercido onde quer que seja.

Manual de Radiojornalismo e Direitos do Telespectador nada mais são que um convite feito a se repensar esse campo hoje, balizando-se alguns conceitos éticos e morais, mostrando fórmulas para que o jornalista possa exercer seu papel, respeitando alguns critérios importantíssimos para com o telespectador e o ouvinte.

Conteúdos educativos, artísticos e culturais

Bucci aborda o comprometimento ao telespectador, de forma bastante sucinta, é importante que o jornalista exerça seu papel sem grandes ruídos. Nessa lógica, Bucci cita alguns direitos essenciais do telespectador, e um deles é: ‘Ser informado de modo independente, recebendo os dados necessários para que forme sua própria opinião.’

Para embasar esse direito, me estendo ao livro Decidindo o que é notícia, de Alfredo Vizeu, onde ele dá um grande destaque a Lacerda (1990), que vai dizer que ‘o jornalista é os olhos, a boca e o nariz da nação’, deixando claro que, esse profissional não pode influenciar e nem ser influenciado. A manipulação e a omissão das informações podem-se caracterizar a ‘prostituição’ do meio, e que a população precisa receber uma informação clara, para que possa formar sua própria opinião.

Respeito e direito são eixos estruturadores do livro. Afinal, do que vale ter direitos, se não puder garanti-los? A liberdade de expressão é fator primordial, o telespectador tem o direito de poder escolher o que entra ou não em sua casa. O artigo 221 da Constituição Federal deixa claro ao dizer que, os veículos de comunicação devem priorizar conteúdos educativos, artísticos e culturais, assim, haveria pluralidade, e a sociedade seria mais feliz.

Uma luta por melhores dias

Bucci explicita alguns conceitos, que o jornalista deve exercer. Em suas atividades, a ética e a moral, são fatores que precisam estar presente em toda atividade desse profissional. Heródoto vem na mesma linha que Bucci, tratando a importância da ética no meio comunicacional, formas de se fazer um jornalismo ético e respeitador, só que agora, com o foco em rádio. Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo, fala um pouco do conceito do rádio, e não esconde a forma decadente que o meio vem sofrendo, devido ações de algumas pessoas. Tratando à ética como diferencial, Heródoto e Paulo, vão ainda mais além, e explica principais fatores e integram ao radiojornalista, adequações as características do veículo, e dizem que é preciso uma sintonia, o rádio é pra agora, e as informações precisam ser adequadas ao momento.

Os autores explicam que a notícia precisa ser clara, e mais objetiva possível, uma vez que, quem esteja do outro lado, tenha total absolvição da notícia, embora fazendo outras atividades. Os autores fazem ainda uma análise do rádio via internet, eles afirmam que com ‘o advento da internet, os aparelhos de rádio e televisão, como conhecemos hoje, vão desaparecer e passaram para o computador’. Heródoto diz que o rádio na web é um dos meios de comunicação, que integram um sistema multimídia, onde competem, televisão, jornais, revistas, filmes e arquivos produzidos em todos os países do mundo.

Para isso, os autores vão dizer que não é preciso está aplicados às mudanças, mas está preparados e aptos a produzirem não apenas som, mas textos, imagens e dados. Nessa perspectiva, ‘Manual de radiojornalismo’, é um dicionário para todo o profissional radiojornalista, além de expressar a ética como fato principal do trabalho, possibilita dicas de como ter sucessos em reportagens, nas elaborações das pautas e na produção dos programas. Ambos os autores tratam temas de grande importância para o campo da comunicação – ser jornalista é mais que um nome na praça, é fazer valer a pena seu poder, na luta por melhores dias para a sociedade.

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Publicitário e estudante de especialização em Jornalismo e Crítica Cultural – UFPE