Jader de Oliveira tinha apenas 16 anos quando fundou o jornalzinho da Escola Técnica de Belo Horizonte. O talento do garoto chamou a atenção de um professor, que o encaminhou para trabalhar em um dos jornais da cidade.
Em cerca de 60 anos dedicados ao jornalismo, Jader passou por diferentes veículos de comunicação – TV, rádio e jornal. Cobrir esporte era uma de suas paixões. E foi trabalhando nessa área que conheceu, em 1961, sua mulher, a argentina Nelly, ex-jogadora de vôlei.
Namoraram à distância por nove anos – ela na Argentina, ele no Brasil. Quando foi chamado para trabalhar em Londres para a BBC Brasil, em 1968, decidiu pedi-la em casamento. Assim como todo o namoro, o ‘sim’ também não foi presencial.
‘Casamos por procuração’, conta Nelly. ‘Mas, depois, fizemos uma cerimônia só para nós dois, em Roma.’
Tiveram dois filhos: Marcelo e Eduardo. Nenhum seguiu os passos do pai, mas a mãe diz que Eduardo herdou de Jader o gosto pela escrita.
Filho de um militar e de uma dona de casa, sempre foi muito ligado à família – ao todo, eram em seis irmãos. ‘Ele ligava de Londres para mim e para minha irmã todos os dias’, conta Arlete. O mesmo carinho Jader tinha pela mulher e os filhos. ‘Era como uma galinha cuidando dos pintinhos’, diz Nelly.
Desde 1996, era correspondente da Globo News na Inglaterra. Apesar de ter descoberto um câncer em 2007, continuou trabalhando até os últimos meses de vida.
Morreu na quarta-feira (20), aos 76. O corpo será cremado dia 5 de maio, em Londres.