Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mecanismos de busca afetam funcionamento do cérebro

O Google pode estar mudando o modo como nossos cérebros lembram de informações, revelou uma pesquisa da Universidade Columbia, nos EUA. Em uma série de experimentos, a psicóloga Betsy Sparrow e seus colegas concluíram que as pessoas tendem a lembrar mais do que acreditam que não podem encontrar em sites de busca, e vice-versa.

Além disso, as pessoas recordam mais de onde podem obter o dado na internet do que o dado em si. “Desde o advento de ferramentas de busca, estamos reorganizando o modo como lembramos das coisas. Nossos cérebros dependem da internet para memória do mesmo modo que dependemos da memória de um amigo, familiar ou colega de trabalho”, afirmou Betsy no estudo “Google Effects on Memory: Cognitive Consequences of Having Information at Our Fingertips” (“Efeitos do Google na Memória: Consequências Cognitivas de Ter a Informação nas Pontas dos Dedos”, tradução livre).

Os experimentos da equipe de Betsy sugerem que, quando enfrentam perguntas difíceis, as pessoas tendem a pensar com maior intensidade que a internet lhes ajudará a encontrar as respostas. As conclusões mostram que as estratégias de aprendizado também estão mudando. Segundo o psicólogo Roddy Roediger, da Universidade Washington, estamos passando parte de nossa memória para o Google e outros mecanismos de busca. Assim, a internet tornou-se uma forma primária de memória externa, onde a informação é armazenada fora do cérebro – o que não é muito diferente da era pré-internet, com as pessoas confiando a memória a livros e bibliotecas. Informações de Rob Stein [Washington Post, 14/7/11] e de Larry Greenemeier [Scientific American, 14/7/11].