Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mídia brasileira acompanha escândalo com cautela

A mídia impressa brasileira está acompanhando com muitas cautelas o escândalo Murdoch. Cautelas demais. O caso merecia mais destaque e mais profundidade porque entrará na história da imprensa mundial.

Nossos jornalões preferem desenvolver os ângulos pessoais e policiais evitando desdobramentos políticos, legais e, sobretudo, tudo que se relacione com abuso de poder. Rupert Murdoch é um ícone da imprensa conservadora que abomina a presença do estado ou da sociedade na fiscalização da mídia; isso significa que a desmoralização de Murdoch pode ser estendida àqueles que se alinham com ele.

As cautelas da nossa mídia incluem o extraordinário desempenho do jornal The Guardian, que denunciou o escândalo, mas é editado por uma entidade não-lucrativa, modelo de negócio que nossas empresas de mídia também detestam. Não percam os próximos capítulos desta novela: Murdoch não está longe de nós.

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Apareceu morto ontem [18/7] o repórter que trabalhava para Murdoch e confessou a prática de escutas telefônicas de celebridades no seu jornal. Sean Hoare bebia, tinha problemas com drogas, mas isso não significa que a sua morte não seja suspeita. Sobretudo porque a Scotland Yard não tem a menor credibilidade.

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As preocupações sobre a Copa de 2014 não vêm apenas de Romário ou de algumas vozes isoladas da mídia nacional.

A imprensa lá de fora está de olho. A ESPN Brasil entrevistou o jornalista da BBC Andrew Jennings, que já fez diversas denúncias aos desmandos de Ricardo Teixeira. Ele se disse surpreso com o fato do governo brasileiro não apurar as denúncias contra o chefão da CBF e disse que a imprensa brasileira tem o dever de fazer este tipo de pressão.