Friday, 29 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

O espetáculo do debate

Osama Bin Laden jamais poderia imaginar que a sua morte provocaria um dos mais intensos debates das últimas décadas. O antidemocrata está na crista de uma onda democrática.


A eliminação do líder político que detestava o exercício da política e jamais participou de uma discussão pública está produzindo uma erupção planetária de questionamentos e controvérsias. A começar pelo país que ele mais humilhou em 11 de Setembro de 2001.


Onde a mídia é livre, ela ferve, cobra, pergunta. Por causa de Bin Laden. Onde os cidadãos gozam de liberdade para se expressar, manifestam-se abertamente sobre Bin Laden ou sua morte.


Milagre, milagres


O terrorista nº 1 provocava medo, mesmo entre correligionários, mesmo entre os fanáticos que tentavam encontrar alguma validade nas suas loucas proposições. Sua morte produziu uma sensação generalizada de alívio e este alívio resultou neste magnífico fórum mundial onde todos se sentem autorizados a opinar. Inclusive sobre o castigo que lhe foi imposto.


Bin Laden, símbolo da repressão, depois de morto passa a funcionar como válvula de descompressão. O terrorismo não foi liquidado, mas está sendo intensamente confrontado por aqueles que poderiam ser as suas vítimas.


O debate produz milagres. Pena que a China, Irã, Síria, Venezuela, Angola e Cuba dele não possam se beneficiar.


 


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