Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Campanha com Julia Roberts proibida no Reino Unido

A companhia de cosméticos L’Oréal, dona das marcas Lancôme e Maybelline, foi forçada a retirar do ar no Reino Unido duas campanhas publicitárias que traziam a atriz Julia Roberts, de 43 anos, e a modelo Christy Turlington, 42, depois que a Advertising Standards Authority (ASA), órgão responsável por regular a publicidade no país, recebeu queixa da deputada escocesa Jo Swinson por conta do excesso de retoques nas fotos das estrelas. Jo faz campanha contra imagens “não realistas e excessivamente perfeitas” de mulheres em anúncios publicitários.

A organização determinou que as campanhas violaram os padrões britânicos de publicidade por exagero e propaganda enganosa e proibiu sua divulgação em revistas. A peça da Lancôme, com Julia Roberts, anunciava uma base que promete criar o efeito de “iluminação natural” no rosto. A atriz foi clicada pelo famoso fotógrafo de moda Mario Testino. Já a da Maybelline, com Christy Turlington, anunciava uma base anti-idade. Na publicidade, metade do rosto da modelo é mostrada com o produto.

Ruguinhas

A L’Oréal Reino Unido admitiu que a imagem de Christy foi “digitalmente retocada para clarear a pele e reduzir as sombras ao redor dos olhos, suavizar os lábios e escurecer as sobrancelhas”. Entretanto, defendeu que há ainda sinais de idade na foto, como “pés de galinha”. Segundo a empresa, a imagem ilustra de maneira real os resultados possíveis do produto. Também houve pós-produção digital nas fotos de Julia Roberts, mas a L’Oréal declarou que as mudanças não foram relevantes.

Jo disse ter ficado chocada com o fato de a ASA não ter tido acesso às fotos originais de Julia por conta de cláusulas no contrato da atriz. “Técnicas de manipulação digital e uso excessivo de Photoshop tornaram-se a norma, mas tanto Christy Turlington quanto Julia Roberts são naturalmente bonitas e não precisam de retoques para ficarem bonitas. E a proibição envia uma mensagem poderosa aos anunciantes: vamos voltar à realidade”, afirmou a deputada. Informações de Mark Sweney [The Guardian, 27/7/11].