Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Legislação proíbe amizade virtual entre alunos e professores

Se você é pai, provavelmente já sentiu preocupação sobre o que seus filhos fazem na web. Talvez tenha até olhado por cima dos ombros enquanto eles estavam no Facebook ou tentado ler o que conversavam em serviços de mensagens instantâneas. Moradores do Estado de Missouri, nos EUA, terão uma preocupação a menos a partir do dia 28/8, após a aprovação de uma lei que torna ilegal a amizade virtual entre professores e alunos.

O ato, aprovado no dia 14/7, leva o nome da estudante Amy Hestir, mas já está ganhando o apelido de “Lei do Facebook”. Amy foi assediada por um professor que trabalhou em diversos distritos escolares do Missouri. Sob o ato, nenhum professor deve usar site relacionado ao trabalho para manter contato com alunos, a não ser que este site esteja disponível para os administradores da escola e para o tutor legal da criança. Já em sites não relacionados ao trabalho e que permitam acesso exclusivo do professor ao estudante, o contato é proibido.

Segundo a senadora Jane Cunningham, autora da lei, o objetivo é evitar que professores que tenham assediado alunos sejam alocados em outras regiões, uma prática que o Departamento de Educação do Missouri chama de “passar o lixo”. Jane insiste que a intenção não é evitar que professores tornem-se amigos de alunos nas redes sociais, mas sim desencorajar professores e alunos a se comunicar de maneira exclusiva, sem pai ou orientador escolar por perto. “Não estamos, de maneira alguma, tentando impedir a comunicação, queremos apenas torná-la apropriada e disponível para aqueles que deveriam vê-la. A comunicação exclusiva é um caminho para a má conduta sexual”.

Jane não é a única preocupada com a comunicação online entre professores e alunos nos últimos tempos. Na semana passada, após a prisão de um professor acusado de ter tido relações sexuais com uma aluna de 14 anos, na Geórgia, membros do conselho de educação anunciaram a revisão das políticas de mídias sociais da escola. O professor teria, supostamente, se comunicado com a vítima por meio de redes sociais e celular.

Exagero

Críticos à lei alegam, no entanto, que ela impede que um aluno com dúvida ou com vergonha de levantar a mão na sala de aula possa perder a oportunidade de ver um professor online e não esclarecer a questão. Muitos argumentam que a lei está indo longe demais. “O conceito de imediatismo do professor – proximidade e disponibilidade – vem sendo amplamente estudado”, observou Cheri Simonds, professora de comunicação da Universidade do Estado de Illinois. De acordo com ela, o acesso instantâneo em um contexto educacional melhora a motivação do aluno e o aprendizado cognitivo. Informações do Huffington Post [3/8/11].