Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O país mais letal para jornalistas

De acordo com um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, pelo menos 42 jornalistas foram mortos no México nos últimos cinco anos, tornando o país o mais letal para profissionais de mídia. Segundo dados a comissão de direitos humanos mexicana, o número seria – surpreendentemente – ainda maior: 50. Estas estatísticas são apenas parte de um cenário complexo sobre os perigos enfrentados pelos jornalistas no México, mostrado em uma reportagem da agência de notícias Reuters (em inglês). Segundo o jornalista Dino Grandoni, em artigo na Atlantic Wire [3/8], hoje mais jornalistas morrem no México do que no Afeganistão.

Repórteres de áreas dominadas pelo narcotráfico sofrem pressão de gangues de traficantes para diminuir a cobertura da violência e chegam a ter que obedecer ordens para transmitir mensagens ou ficar de olho no que é dito na redação sobre eles. O Exército, por outro lado, ameaça a mídia para não divulgar abusos de direitos humanos contra presos por tráfico. O governo, por sua vez, não ajuda. “O crime organizado está sob controle da política estatal, polícia e sistema judiciário”, opina Michael O’Connor, porta-voz no México do Comitê para a Proteção dos Jornalistas.