Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

As imagens do crime na mídia do cotidiano

Talvez já seja tempo do gestor da segurança pública obter os melhores e maiores resultados possíveis da verdadeira explosão que vem ocorrendo na utilização de Circuitos Fechados de Televisão (CFTV) e imagens em geral (vídeocâmeras ocultas). Virou lugar comum, nos noticiários, a exposição “em flagrante” de imagens de ações criminosas captadas pelos CFTV (em andamento ou sendo tentadas) ou outros dispositivos eletrônicos similares. Isso certamente contribui decisivamente para a prevenção ou mesmo “pronta resposta” da segurança pública. As câmeras utilizadas podem ser tanto de organizações da segurança pública (polícias e departamentos de trânsito) quanto de empresas comerciais, condomínios,ou até mesmo de telefones móveis.

A noção moderna de Fusão da Informação pressupõe a integração de informações com origem nos diferentes setores da sociedade, não mais apartando o setor público do privado. Um exemplo disso é o controle de grandes contingentes de turistas adentrando um país sede de um grande evento internacional (Copa do Mundo e Olimpíadas, inclusive), o que demanda estreita cooperação entre os órgãos da segurança pública e empresas aéreas do setor privado. Isso pode ser transposto para as diversas origens de geração de imagens de CFTV e outros equipamentos de vídeo. Com as atuais tecnologias disponíveis, a segurança pública tanto pode estabelecer interfaces de compartilhamento das imagens propriamente ditas, quanto criar “canais permanentes de troca de informação crítica”.

Big Brother pode estar de olho

Ou seja, é possível viabilizar a Fusão da Informação por intermédio da Integração Tecnológica, dando uma nova dimensão ao que se convencionou chamar Gestão Comunitária da Segurança Pública. Tal modelo de filosofia e elenco de valores da gestão, essencialmente, promove uma relação de confiança entre os órgãos da segurança pública e a comunidade. Nesse clima de “confiança estabelecida”, a informação compartilhada permite um melhor e maior controle do fenômeno do crime e da violência pelo Estado. Com uma eventual integração do conhecimento gerado pelos CFTV e demais geradores de vídeo, “os olhos da comunidade” podem ser, pela via tecnológica, multiplicados, integrados e fundidos com os próprios “olhos do guardião” – o que pode eventualmente produzir uma “quinta essência” da Polícia Comunitária.

O Big Brother da obra 1984, de George Orwell, materializado em 2011? Talvez. Basta ler os jornais e/ou assistir aos noticiários televisivos, em que um “olho onipresente” flagra homicídios, roubos, furtos, propinas e até mesmo “dinheiro duvidoso” em meias, cuecas e bolsas.

Cuidado! Big Brother pode estar de olho em qualquer um…

Veja a fonte aqui.

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[George Felipe de Lima Dantas é consultor e professor, Brasília, DF]