Arianna Huffington, a socialite que virou blogueira e empresária de sucesso, esteve no Brasil na semana passada. A co-fundadora do site Huffington Post participou do evento sobre tendências digitais InfoTrends, em São Paulo, onde falou sobre o futuro do jornalismo e demonstrou bastante interesse no país. Arianna procura parceiros brasileiros para fundar uma versão verde e amarela de seu portal de notícias – como já fez no Reino Unido.
Segundo a revista Forbes, o momento é ideal, já que o mercado online brasileiro apresenta crsscimento acelerado. De acordo com estudo do Ibope Nielsen Online, 73,9 milhões de brasileiros (38,7% da população) têm acesso à internet, e cada um deles gasta em média 13 horas e 43 minutos online por mês. Nos EUA, o gasto de tempo médio mensal é de 13 horas e 21 minutos. Além disso, a web se tornou a segunda fonte de notícias mais confiável (12%), na opinião dos brasileiros, especialmente para se informar sobre em que votar – por outro lado, a televisão ainda reina quase absoluta, com 72% de preferência nacional, e os grandes portais de notícias na internet, como G1 e R7, pertencem a grandes organizações de mídia, Globo e Record, as duas donas de redes de TV.
Híbrido
Em sua participação no InfoTrends, Arianna defendeu o papel das mídias sociais no modelo de futuro do jornalismo. Para ela, a mídia se tornará um híbrido entre a apuração jornalística tradicional e a nova linguagem das mídias sociais. “Há algo que falta na mídia tradicional e que podemos pegar das mídias sociais: a capacidade de contar uma história”, afirmou. “Estamos muito preocupados com dados na mídia tradicional, e eu acho que é muito mais dificil fazer as pessoas prestarem atenção com dados do que com histórias”.
Ela citou o Huffington Post – que foi criado em 2005 como um blog com textos de colaboradores e acabou comprado, este ano, pela AOL, por US$ 315 milhões – como exemplo de veículo que já age de maneira diferente. “Nós não fornecemos apenas informações aos nossos leitores. Também damos a eles uma plataforma onde podem compartilhar seus interesses e pontos de vista”, disse. Arianna também criticou a mídia tradicional. “Não basta publicar apenas um artigo. Temos que seguir cobrindo a história”. Informações da Forbes [5/9/11].