Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Monitoramento de mídia em Campo Grande, MS

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou, no último dia 29 de outubro, a proposta de projeto para pesquisa e implementação de um Observatório de Imprensa em Campo Grande. O projeto foi desenvolvido pela pesquisadora Fernanda Kintschner, do Programa de Iniciação Científica e acadêmica do Curso de Jornalismo da UFMS, sob minha orientação e coordenação. A aprovação do projeto pelo CNPq foi o coroamento de um trabalho exaustivo, além de favorecer, como são as diretrizes de fomento da agência, projetos de pesquisa aplicada, que proporcionem benefícios à sociedade.

O projeto Observatório da Imprensa em Campo Grande objetiva desenvolver pesquisa científica sobre monitoramento de mídia e promover o que é chamado de media criticism sobre os meios de comunicação de Campo Grande e do estado. A aprovação do projeto vai criar um novo laboratório de estudo, prática e pesquisa no curso de Jornalismo da UFMS. Este laboratório vai atuar em parceria com o Laboratório de Engenharia de Software (Ledes) da UFMS e fará parte da Rede Nacional dos Observatórios de Imprensa (Renoi), da qual participam o Observatório da Imprensa, coordenado pelo jornalista Alberto Dines; o SOS Imprensa, coordenador pelo professor Luiz Martins, da UnB; a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), coordenada por Veet Vivarta; a Agência Unama da Universidade da Amazônia; o Canal da Imprensa do Centro Universitário Adventista; o Monitor de Mídia da Universidade do Vale do Itajaí; a agência Mídia e Política da UnB, coordenada pelo professor Luiz Motta; o portal Objethos, da UFSC, coordenado pelos professores Rogério Christofoletti e Francisco Karam, entre os principais trabalhos no Brasil. Também fazem parte das atividades de media criticism a figura do ombudsman, função implantada em alguns dos principais jornais brasileiros.

Portal vai divulgar resultados e produtos

A pesquisa inicial realizada pela estudante de Jornalismo Fernanda Kintschner, da UFMS, constatou que a maioria dos pesquisados conhece a atuação dos observatórios e a totalidade deste público entende ser importante e necessário um monitoramento da mídia local. A pesquisa foi aplicada a um público caracterizado como leitor especializado, ou seja, estudantes, professores e profissionais de jornalismo. Essa pesquisa, com um público específico, serviu de base para justificar ou não a implantação do observatório de mídia em Mato Grosso do Sul.

O laboratório, que terá a denominação Observe, vai implementar pesquisas mais amplas para a difusão do trabalho de monitoramento de mídia como forma de contribuir para o aprimoramento do produto jornalístico e da produção dos meios de comunicação em geral. Esse trabalho, de certa forma, é uma resposta à sociedade, principalmente às empresas jornalísticas, que cobra um retorno da UFMS para a comunidade estadual. O resultado das atividades do laboratório de monitoramento de mídia se constituirá na base para a melhoria, para a qualidade da mídia em Campo Grande e no estado. O objetivo é que as empresas de comunicação se apropriem dos trabalhos produzidos pelo Observe para que possam melhorar cada vez mais sua programação, seus produtos, seu jornalismo. Se objetiva que o serviço que os meios de comunicação prestam à sociedade em Mato Grosso do Sul tenham qualidade, busquem atender às demandas das comunidades e tenham sempre como finalidade a prestação de serviço e de entretenimento de qualidade, o que vai favorecer o crescimento social, educacional, político e econômico do estado.

O trabalho do laboratório de monitoramento de mídia da UFMS vai difundir seus resultados e produtos por meio do portal Observe (www.observe.ufms.br), que pretende publicar conteúdos que analisem e avaliem a qualidade dos produtos veiculados pelos meios de comunicações existentes na capital e os aspectos éticos que envolvem tal produto e atuação do jornalista que publicou, por meio da crítica construtiva. O portal começará suas atividades a partir de março de 2011, depois que for constituída a equipe de trabalho, formada por professores, pesquisadores, profissionais jornalistas e estudantes de Jornalismo. Importante destacar que o laboratório não estará restrito à comunidade da UFMS; profissionais, professores e estudantes de jornalismo de outras instituições de ensino superior poderão participar do projeto; basta manifestar interesse e reunir as condições necessárias para a atividade.

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Jornalista, professor da UFMS e pesquisador do CNPq