Foi realizado na semana passada na UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), em Paris, um encontro sobre segurança e impunidade no jornalismo. Representantes de diversas agências da ONU, como o Alto Comissariado para Refugiados, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Organização para Segurança e Cooperação na Europa e a União Africana, participaram dos debates e fizeram recomendações para melhorias do estado da liberdade de imprensa em todo o mundo. Chefes de estado e organizações não governamentais também participaram do encontro.
De acordo com dados da ONU, mais de 500 jornalistas e profissionais de imprensa foram mortos no mundo todo na última década. A grande maioria das vítimas não trabalhava como correspondente internacional em zonas de guerra, mas sim em seus próprios países, na maior parte em tempos de paz, e cobrindo pautas locais. Muitos casos continuam impunes, o que torna os jornalistas, segundo a ONU, alvos fáceis.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, elogiou o esforço liderado pelas Nações Unidas, mas questionou se a iniciativa se transformará em ação concreta. A questão que dominou o debate foi a necessidade, ou não, de criação de um novo mecanismo internacional para fornecer proteção ao crescente número de jornalistas que sofrem ameaças em todo o mundo. Muitos participantes alegam que já existem ferramentas para isso, o que mostra que não é preciso criar novos órgãos, e sim garantir o bom funcionamento dos já existentes. Foram citados a Resolução 1738 do Conselho de Segurança da ONU, que defende a proteção de jornalistas em zonas de conflito, e o Programa Internacional da UNESCO para o Desenvolvimento da Comunicação, de 2008. Informações dos sites do CPJ e da UNESCO.