Ao acessar o sítio www.folha.com.br/fsp ou adquirir um exemplar da Folha de S.Paulo, o internauta/leitor lê exatamente a seguinte mensagem: ‘Um Jornal a Serviço do Brasil’. Entende-se aqui que o veículo tem como dever informar a sociedade em relação à situação do país, mas sem beneficiar uns ou outros. Isso é, de fato, o compromisso com a verdade. Porém, na edição de hoje (17/11/2010) tem a matéria ‘Tribunal libera acesso da Folha a processo de Dilma‘ (versão para assinantes), em que se vangloria de conseguir os dados da presidente eleita referentes ao processo da época da ditadura.
Aliás, tais informações foram solicitadas às vésperas da eleição sob a alegação de que o povo brasileiro tem o direito de saber do passado dos candidatos à presidência da República. Claro que a sociedade dever ter conhecimento dos dados, porém, por que essa vontade absurda ocorreu bem perto do pleito?
Aqui fica claramente que o objetivo da Folha, naquele momento, era realizar a publicação dos processos para prejudicar a campanha da Dilma e, atualmente, ao que parece, serve para tentar ‘manchar’ a imagem da presidente eleita.
Um serviço para os que estão no poder
O jornal deveria seguir aquilo que está escrito em sua página principal e solicitar também, junto ao STM (Supremo Tribunal Militar), a abertura de todos os arquivos da ditadura. Dessa forma, a justiça seria feita e os torturadores seriam punidos pelos crimes cometidos contra aqueles que lutavam pela liberdade de expressão e pela democracia no país.
Ao deixar de tomar tal atitude, evidencia-se que não querem mexer no passado porque, ao abrirem os arquivos, será possível constatar que a Folha não se opôs ao regime, assim como a Rede Globo e o Estado de S. Paulo. Como é que o veículo se intitula ser ‘Um Jornal a Serviço do Brasil’ poderia deixar claro aos leitores que ‘Brasil é esse’? Pois dessa forma, o serviço prestado é somente para os que estão no poder.
******
Jornalista, São Paulo, SP