A revista Época, edição de nº 386, de 10 de outubro de 2005, trouxe em seu sumário uma chamada para a seguinte reportagem:
Bahia: ONG que tem sete funcionários públicos em seus quadros recebeu dinheiro do governo – Página 43
Curiosamente, tal matéria simplesmente não existe na edição 386, nem na página 43, nem em qualquer outra página.
Semana seguinte, edição nº 387, de 17 de outubro de 2005, está no sumário da revista Época:
Bahia: ONG que tem sete funcionários públicos em seus quadros recebeu dinheiro do governo – Página 37
Incrível! Mais uma vez nem uma linha sobre o assunto dentro da revista.
A reportagem da Época certamente trataria do caso da ONG Oficina das Artes e sua relação com a Empresa de Turismo da Bahia S/A (Bahiatursa). A Bahiatursa tem alguns convênios assinados com a Oficina das Artes, entidade sem fins lucrativos que reúne em seus quadros de direção sete funcionários públicos estaduais, o que por si só caracteriza provável tráfico de influência.
É no mínimo curioso que a reportagem tenha simplesmente desaparecido de duas edições da revista. Se colocassem uma receita de bolo na página 43, o mistério estaria resolvido. Afinal, são do conhecimento de todos as boas relações do grupo político do senador Antônio Carlos Magalhães, que governa o estado da Bahia, com a família Marinho, dona da Editora Globo, que publica a revista Época. Também são do conhecimento de todos os métodos nada convencionais do senador de barrar as denúncias contra ele e seu grupo político.
Apurar é preciso.
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Estudante de Jornalismo e estagiário da Assessoria de Comunicação da Liderança do PT na Assembléia Legislativa da Bahia