Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Um jornalismo móvel e revolucionário

O Twitter e seus 175 milhões de usuários espalhados por todo o mundo estão demonstrando uma nova forma de se fazer comunicação jornalística, cada vez mais móvel, instantânea, segmentada e revolucionária. Durante a investida contra o narcotráfico ocorrida no Rio de Janeiro, a imprensa mundial pode se pautar e pautar todo esse universo de membros ávidos por compartilhar e produzir informação. Nos Trending Topics brasileiros, que são os termos mais citados no Brasil, todos se referiam à ação da polícia carioca. Nos Trending Topics mundiais, muitas vezes mais da metade das palavras também era relacionada a esse fato específico na página da segurança pública nacional.

Antes mesmo que qualquer veículo noticiasse algum ocorrido, o Twitter já dispunha de centenas de milhares de informações a respeito. Informações que estão obrigando o jornalismo a enxergar com novos olhos essa ferramenta de microblogs. O jornalismo está diante de um dos seus maiores aliados ou inimigos. O que fará a distinção é a adaptação a esse novo meio e aos novos públicos que nele consomem notícia.

O jornalismo deverá ser, cada vez mais, móvel, já que as pessoas estão em uma vertente crescente no consumo de informações em aparelhos portáteis. Elas querem consumir informação onde e quando quiserem. O jornalismo precisa se adaptar urgentemente a esse novo ciclo não estável. Ninguém mais para para ler alguma notícia; todos fazem isso em movimento.

A contextualização e a guinada na forma

Nessa mesma linha, se o público consumidor de informação passa a consumi-la onde e quando quer, pressupõe-se que o jornalismo esteja preparado para uma produção de conteúdo nunca antes imaginada na história da profissão. Produzir o tempo todo e em diferentes meios, como áudio, texto e vídeo. O jornalismo ainda não está produzindo nessa escala. O Twitter, no entanto, já faz isso.

É certo que a rede social possui seus defeitos, como a disseminação de boatos sobre um determinado assunto. Mas sua mobilidade e instantaneidade fazem com que a informação seja cada vez mais segmentada. Não importa se você deseja saber sobre os passos do presidente americano ou sobre exatamente quantos soldados estão em uma determinada rua do Complexo do Alemão, ao lado de sua casa. O Twitter oferece uma informação cada vez mais customizada e pessoal. O jornalismo deve caminhar para isso.

Porém, a credibilidade e a checagem de algum conteúdo ainda são mais facilmente realizadas pela grande imprensa. A revolução, aqui, é conseguir juntar os dois lados: o poder de contextualização da mídia tradicional e a guinada na forma de se produzir e consumir notícia oferecida pelo Twitter. Se conseguirmos alinharmos essas duas vertentes, conseguiremos realizar um jornalismo móvel, instantâneo, segmentado e, principalmente, revolucionário.

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Jornalista, blogueiro, pós-graduado em Assessoria de Imprensa, Gestão da Comunicação e Marketing e pós-graduando em Política e Sociedade no Brasil Contemporâneo, São Paulo, SP