Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tomlinson obrigado a sair da CPB

O ex-presidente da Corporation for Public Broadcasting (CPB), Kenneth Y. Tomlinson, foi obrigado a deixar seu lugar no conselho na semana passada. Tomlinson foi acusado, após uma investigação interna, de usar o dinheiro da companhia em prol de uma programação conservadora nos canais públicos de rádio e TV americanos. As ações de Tomlinson incluíram contratar um pesquisador para monitorar as inclinações políticas dos convidados do programa Now, do veterano Bill Moyers, e aprovar o pagamento secreto a dois lobistas republicanos.

A CPB é uma companhia privada sem fins lucrativos que administra o financiamento anual do Congresso para as emissoras públicas de rádio e TV dos EUA. Seus diretores são escolhidos pelo presidente e aprovados pelo Senado.

Tomlinson foi indicado ao conselho pelo presidente Bill Clinton, em 2000, mas sempre teve uma ligação mais forte com os republicanos. Ele se tornou presidente do conselho em 2003, e seu período no cargo acabou há dois meses. Tomlinson é também presidente do Broadcasting Board of Governors, órgão que fiscaliza grande parte das operações de transmissão por rádio e TV do governo americano no exterior.

Há alguns meses, senadores democratas fizeram um protesto junto ao presidente George Bush para que ele fosse retirado da companhia. Eles alegavam que Tomlinson estaria sendo politicamente parcial e privilegiando conteúdo conservador em emissoras de rádio e TV públicas. Em seu discurso ao deixar a presidência do conselho, ele afirmou que não se arrependia de tentar balancear ‘agressivamente’ o que chamou de programação exageradamente liberal. Informações de Stephen Labaton [The New York Times, 4/11/05].



Gowers deixa FT em clima de mistério

Andrew Gowers deixou o cargo de editor do Financial Times na semana passada com a justificativa de ‘diferenças estratégicas’ com a Pearson, empresa britânica que controla o jornal, após alguns anos de problemas com queda de circulação e receita publicitária. Lionel Barber, editor da versão americana do FT, foi escolhido para substituir Gowers. Os motivos para a saída do editor não foram explicitados pela empresa, informa Eric Pfanner [The New York Times, 3/11/05].

Gowers começou a trabalhar no FT em 1983, e foi nomeado editor em 2001. Em entrevista à Reuters [3/11/05], ele se recusou a falar sobre a razão de sua saída do jornal, e disse apenas que acredita que será lembrado por dirigir o FT no período mais difícil de sua história e conseguir deixá-lo intacto. ‘Foram quatro anos muito difíceis para o FT e para a indústria de mídia em geral’, ressaltou.

O FT foi muito prejudicado nos últimos anos com a escassez de anúncios publicitários financeiros e de tecnologia, mas deve terminar 2005 estável com aumento de 6% na renda publicitária. A Pearson recebeu diversas propostas para vender o jornal – que, além da Grã-Bretanha, é vendido na Europa continental, nos EUA e na Ásia – mas a executiva-chefe Marjorie Scardino se recusa a fazê-lo.



Brown perde lugar para Cooper na CNN

Anderson Cooper, apresentador que se destacou na cobertura do furacão Katrina, toma o lugar do âncora Aaron Brown na CNN. Brown apresentava o principal noticiário da rede, NewsNight with Aaron Brown, e deixa a emissora. Segundo a CNN, a decisão da saída do âncora foi ‘mútua’. Cooper, de 38 anos, trabalha na emissora desde 2001. O horário de seu programa atual será preenchido com o Situation Room, apresentado por Wolf Blitzer, que teve seu tempo expandido. O presidente da CNN, Jon Klein, afirmou que a mudança de horários foi feita com o objetivo de juntar no horário nobre o que ele considera a personalidade e o programa mais ‘quentes’ da emissora – Cooper e Situation Room. Informações de David Bauder [AP, 2/11/05].



Publisher da Nation passa bastão para editora

Mudanças também na The Nation, tradicional revista liberal americana – mas independente de qualquer partido político. O publisher Victor Navasky passou oficialmente seu cargo para a editora Katrina vanden Heuvel, que acumulará as duas funções. Navasky, uma das principais vozes da esquerda intelectual dos EUA nas últimas três décadas, entrou para a revista na década de 70 e tornou-se publisher quando a comprou, em 1995, junto com um grupo de investidores – entre eles o ator Paul Newman.

Acostumada a perder dinheiro há 140 anos, The Nation viu a situação financeira melhorar desde que o republicano George W. Bush tornou-se presidente em 2001. A revista, com circulação de 187 mil exemplares por semana, lucrou pela primeira vez em 2003.

Navasky, de 72 anos, continuará como publisher emérito e acionista, mas pretende dedicar a maior parte do seu tempo a seu outro trabalho, como presidente da Columbia Journalism Review. Katrina, que começou na Nation como estagiária em 1980, afirmou que tem planos ambiciosos para a revista. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 7/11/05].



Conflito de interesses tira Case da Time Warner

Steve Case, co-fundador da America Online e um dos principais arquitetos da parceria frustrada da companhia de internet com a Time Warner, anunciou sua saída do conselho de diretores do grupo na semana passada. Case já havia abandonado o cargo de presidente do conselho, mas continuava como membro, apesar da oposição de acionistas furiosos com a má-atuação da AOL e, conseqüentemente, com o mau negócio feito pela Time Warner.

Outros executivos ligados ao acordo já haviam deixado a companhia, como o CEO da Time Warner Gerald Levin e o executivo da AOL Bob Pittman. Em uma declaração, Case afirmou que deixa a empresa para cuidar de sua nova companhia de investimentos – Revolution LLC, aberta em abril – e para evitar qualquer conflito de interesses. Informações de Seth Sutel [AP, 31/10/05].