Começou no domingo (12/11) um acontecimento que tem forte possibilidade de entrar para a história da comunicação no Brasil: a campanha “Brasil sem Cigarro”, comandada pelo médico, escritor e comunicador Drauzio Varella.
Trata-se de um quadro do Fantástico, da Rede Globo, programa de grande audiência que já abrigou outras iniciativas meritórias de Varella, como “Grávidas”, um acompanhamento desde os primeiros dias de gestação até o parto, e “Questão de Peso”, em que o médico alertava para os riscos da associação entre obesidade e pressão alta.
Em crônica na Folha de S. Paulo (“O cigarro”, 19/11), Varella põe o dedo numa ferida profunda do passado e do presente da mídia, todas as mídias:
“Cerca de 75% dos fumantes se tornam dependentes antes dos 18 anos; muitos o fazem aos 12 ou 13, e até antes. Somente 5% começam a fumar depois dos 25. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde classifica o tabagismo no grupo das doenças pediátricas. Conhecedores das estatísticas, os fabricantes fazem de tudo para aliciar as crianças. Quando tinham acesso irrestrito ao rádio e à TV, associavam o cigarro à liberdade, ao charme, ao sucesso profissional e à rebeldia da adolescência.
“Hoje, espalham pontos de vendas junto às escolas, com os maços coloridos expostos ao lado de balas e chocolates nas padarias e das revistas infantis nas bancas de jornal.
“Por que razão brigam tanto para patrocinar shows de rock e corridas de Fórmula 1? Seria simplesmente para aprimorar o gosto musical e incentivar práticas esportivas entre os jovens?”
Varella se consagra como grande batalhador da saúde pública no Brasil.
Álcool e juventude
A despeito da hipocrisia e do cinismo com que muitos e importantes atores aparecem no palco da política nacional, há na sociedade brasileira impulsos novos que traduzem certo amadurecimento. Veja-se notícia do UOL (19/11) sobre combate pelo governo paulista de venda de bebidas a menores:
Vale lembrar que desde sempre o Observatório da Imprensa não aceita patrocínio ou apoio de empresas que produzem cigarros ou bebidas.