Um grupo de investidores liderado pela empresa de private equity Silver Lake ofereceu-se para comprar uma participação minoritária no Yahoo por cerca de US$ 16,60 a ação, segundo informaram ontem fontes a par do assunto. A Silver Lake, trabalhando com a Microsoft, a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz e o Canada Pension Plan Investment Board, ofereceu-se para comprar ações preferenciais conversíveis correspondentes a uma participação de 10% a 15% por até US$ 3 bilhões, segundo disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada porque a proposta, feita esta semana, é sigilosa.
O preço, segundo as fontes, é menor que uma proposta feita pela empresa de private equity TPG Capital. A oferta da Silver Lake avalia o Yahoo, com sede em Sunnyvale, Califórnia, em US$ 20,6 bilhões, cerca de 6% mais que o seu valor de mercado definido pelo preço de fechamento da ação da companhia na terça-feira.
Sob a proposta da Silver Lake, o Yahoo poderá distribuir pelo menos US$ 5 bilhões aos acionistas, na forma de um dividendo especial ou uma recompra de ações, disse uma das fontes. O Yahoo, que está explorando opções estratégicas depois da demissão da presidente-executiva Carol Bartz, pretende fechar o negócio até o fim do ano, disseram as fontes. “A oferta é decepcionante”, disse Hamilton Faber, analista da Atlantic Equities de Londres, que tem uma recomendação “neutra” para as ações do Yahoo. “Os investidores que andaram comprando ações do Yahoo recentemente esperavam um ágio significativo e a tomada da companhia inteira, e isso não é nenhuma das duas coisas.” Representantes do Yahoo, Silver Lake e Canada Pension Plan não quiseram fazer comentários.
Yahoo é o maior investidor da Alibaba
Uma das fontes disse que a direção do Yahoo iria discutir as ofertas em uma reunião do conselho de administração que estava marcada para ontem. A Alibaba Group Holding, que almeja recomprar uma parte de seu capital de posse do Yahoo, está monitorando a situação e ainda poderá entrar na disputa, disse uma das fontes. Em 2008, a Microsoft falhou em uma tentativa de adquirir o controle integral do Yahoo, mas agora ela pretende usar uma participação minoritária para salvaguardar seu acordo de busca na internet de dez anos firmado com a companhia.
A Microsoft, sediada em Redmond, Washington, forjou a parceria quando estava sob o comando de Carol Bartz, para fornecer tecnologia de busca aos sites do Yahoo. O negócio pretendia ajudar as duas companhias a competir com o Google, líder na propaganda relacionada a buscas nos Estados Unidos. A Role KKR &Co., da Alibaba, e o Blackstone Group estão entre as companhias de private equity que consideram a possibilidade de fazer propostas pelo Yahoo, disseram no mês passado fontes a par do processo.
A empresa de private equity Thomas H. Lee Partners também estuda uma proposta pelo Yahoo, segundo fontes. A Alibaba já disse que tem interesse em adquirir o Yahoo, em parte para recomprar ações suas controladas pelo Yahoo. Com uma participação de 40%, o Yahoo é o maior investidor da Alibaba.
Um acordo até o fim do ano
Uma fonte a par dos acontecimentos disse ontem que a Alibaba está esperando o conselho do Yahoo considerar as propostas de aquisição parcial inadequadas, e convidá-la para negociar a aquisição do controle integral da companhia. A Alibaba está aberta para recomprar apenas as suas ações controladas pelo Yahoo, ou para fazer uma proposta pelo Yahoo inteiro, disse a fonte. A Alibaba já apresentou uma oferta de recompra da participação que o Yahoo tem em seu capital, segundo a fonte.
Essa proposta foi feita junto à Softbank, do Japão, que almeja comprar o resto do Yahoo Japan, e poderia ser analisada na reunião de ontem do conselho, ainda segundo as fontes.
A probabilidade de a Alibaba e a Softbank lançarem uma oferta pelo controle integral do Yahoo é menos provável porque seria difícil financiar tal proposta. No começo do mês, fontes disseram que as companhias discutiram essa possibilidade. O Wall Street Journal informou na terça-feira que o Yahoo pretende firmar um acordo até o fim do ano. A Bloomberg LP, controladora da Bloomberg News, tem interesses na Andreessen Horowitz (tradução de Mário Zamarian).
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[Brian Womack, Jeffrey McCracken e Serena Saitto são do Bloomberg, de San Francisco e Nova York]