Antes de anunciar, na semana passada, sua “Personalidade do Ano”, a revista Time fez uma pesquisa com os leitores perguntando quem deveria ser considerada a pessoa mais influente dos últimos 12 meses, e entre os citados estava – sem surpresa, diante da comoção popular diante de sua morte, há dois meses – Steve Jobs.
Quando a revista anunciou a Personalidade do Ano, veio a surpresa: o fundador da Apple não estava nem entre os concorrentes ao posto. A pessoa de maior destaque acabou não sendo uma só pessoa, mas uma figura: “O Manifestante”.
Logo começaram as queixas online sobre a ausência de Jobs, morto no início de outubro vítima de um câncer. Mas o diretor de redação da Time, Rick Stengel, foi direto na resposta aos âncoras de um programa de TV sobre o anúncio: não se trata de um “prêmio pelo conjunto da obra”.
“Cheguei a chorar”
Jobs tinha um histórico um tanto turbulento com a revista, como é relatado na biografia autorizada lançada logo após sua morte. Em 1982, o fundador da Apple acreditava que a Time estava fazendo um perfil seu para dar a ele o título de “Homem do Ano”, mas quando a revista foi publicada, trazia um áspero retrato do executivo de 27 anos e elegia o computador pessoal como a “Máquina do Ano”.
“Eles me mandaram a revista por FedEx, e eu lembro de abrir o pacote, esperando ver minha foto na capa, e era esta escultura de um computador”, Jobs contou ao biógrafo Walter Isaacson – por curiosidade, ex-jornalista da Time. “Eu pensei, ‘Ãh?’ E aí li o artigo, e era tão terrível que cheguei a chorar”.
Na edição especial de 2011, no entanto, a Time não esquece dele. Jobs ganhou um emocionado artigo assinado pelo presidente da Pixar, John Lasseter, na seção de Despedidas. “Eu penso em Steve quase como um irmão, e ele nunca deixou de me impressionar”, escreveu Lasseter. “Ele sabia que seus produtos e tecnologia podiam melhorar a vida das pessoas”. Com informações de Hayley Tsukayama [Washington Post com Bloomberg, 14/12/11].