O imperador Adriano conheceu a plebeia Adriene Cyrilo Pinto numa boate da Barra da Tijuca. Ela foi ferida na mão por uma bala do revólver do tenente da reserva da PM que é segurança do jogador. Quem atirou, quem não atirou, o caso foi parar numa delegacia de polícia.
Foi manchete dos jornais Extra e O Dia de segunda-feira (26/12). À noite, valeu 3 minutos e 23 segundos no Jornal Nacional. No mesmo dia, foi divulgado o número de mortos em rodovias federais durante o Natal: segundo a Globo, 91 pessoas.
Isso foi noticiado numa nota de 17 segundos, cujo destaque era “Cai o número de mortos e feridos em acidentes nas rodovias federais durante o Natal”. Se esse tempo for dividido por 91, admitindo-se que a notícia toda quantifica as mortes (federais), cada morto mereceu 18,68 centésimos de segundo no principal noticiário do país.
Mas é claro que simples vidas humanas não se comparam com vidas de celebridades. E que o Jornal Nacional não se rege por medições de audiência.