Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Eliane Pereira

‘A Editora Confiança, que publica Carta Capital, trabalha na expansão de sua área de atuação para 2004, ano em que a revista comemora seu décimo aniversário. Além de contratar um novo diretor comercial, que vai cuidar de inserir o conteúdo da revista em novas mídias, a empresa está abrindo um núcleo de novos negócios e planeja, até o final do ano, se filiar ao Instituto Verificador de Circulação (IVC) – atualmente a tiragem da Carta Capital é auditada pela Trevisan.

A filiação ao IVC é estratégica num momento em que a publicação, aproveitando a boa performance nas bancas das últimas edições – como por exemplo o número em que trouxe reportagem exclusiva sobre os espiões da CIA no Brasil -, ampliou sua tiragem de 56 mil para 65 mil exemplares. O objetivo, segundo o diretor de redação Mino Carta, é chegar a um patamar entre 100 mil e 120 mil exemplares semanais. Ele cita como exemplo de revista de pequena tiragem e grande influência The Economist, com seus 200 mil exemplares.

‘No Brasil ainda se acha que tiragem e Ibope são as coisas mais importantes. Seguimos pelo nosso caminho, fazendo uma revista que raciocina, que usa o espírito crítico e fiscaliza o poder, visando um público extremamente selecionado’, explica Carta. Capitalizar o sucesso editorial, buscando traduzi-lo num número maior de páginas com publicidade é a tarefa inicial do novo diretor comercial, André Chaves, que responderá também pelo marketing publicitário da revista.

Em 2003, a revista teve crescimento de 47% da receita publicitária em relação a 2002 e a circulação paga cresceu 25%, com um incremento de 75% no volume de assinaturas, conta a publisher da publicação, Manuela Carta. ‘Queremos reforçar a característica de conteúdo ‘premium’, pois a Carta é a semanal que vai mais fundo em assuntos como política, economia e cultura’, afirma Manuela.

Outras mídias

A médio prazo, o novo diretor comercial vai trabalhar para levar a marca Carta Capital a outras mídias que tenham a ver com o público-alvo da revista, como palmtops e celulares. ‘Vamos investir para conhecer mais profundamente o nosso leitor’, diz Chaves, que trabalhou na implantação do modelo de negócios da área de mídia eletrônica do Grupo Abril e no desenvolvimento de projetos especiais da empresa.

No âmbito dos novos negócios, a Editora Confiança entra no ramo das publicações customizadas, com dois projetos já em andamento, mas que Manuela Carta prefere não revelar no momento. A primeira revista customizada da casa sai em maio, encartada na própria Carta Capital. Outro projeto em andamento é o da Agência Carta, para venda de conteúdo para jornais, revistas, rádios e sites.

A terceira área de atuação em que a empresa começa a ingressar é a organização de eventos, que podem ou não ser planejados em conjunto com edições especiais da revista. Nesse sentido, já trabalha na realização de um calendário de cinco seminários para a Vale Refeição, ligados ao tema reforma sindical. Esse novo núcleo de negócios ficou sob o comando de Cláudio Bacal.’



AOL BRASIL
Costábile Nicoletta

‘Aposta no conteúdo’, copyright Meio & Mensagem, 14/04/04

‘Entre 1999 e meados do ano 2000, no auge da explosão da internet, acreditava-se que a distribuição de conteúdo jornalístico migraria do papel para as telas de computador. Sites especializados na produção de material informativo surgiram à profusão, e grande parte deles desapareceu com a mesma velocidade com que foi criada. A crise das empresas pontocom deletou-os. A America On Line (AOL) veio para o Brasil em 1999, no ano anterior à sua fusão com a Time Warner, numa operação avaliada em US$ 160 bilhões. E, mesmo na coqueluche da nova economia, não conseguiu deslanchar no País. Um dos sintomas de que o maior provedor de internet do mundo teve problemas para surfar nas ondas da web tupiniquim é o número de presidentes que nomeou na subsidiária – quatro, nesses cinco anos: Francisco Loureiro (maio a dezembro de 1999), Manoel Amorim (fevereiro a novembro de 2000), Carlos Trostli (maio de 2001 a abril de 2003) e Milton Camargo (desde abril de 2003).

Nos últimos meses, a AOL Brasil decidiu apostar novamente em conteúdo jornalístico produzido por equipe própria. E chamou a atenção com reportagens que se destacaram na imprensa, como as entrevistas com Otávio Frias, dono da Folha de S. Paulo; Jorginho Guinle (a última que o playboy concedeu, antes de morrer, em 5 de março); e do jornalista Mino Carta, sobre os 40 anos do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart. ‘Que os concorrentes não ouçam, mas nosso trabalho jornalístico tem apresentado resultados muito bons’, orgulha-se Milton Camargo, o atual presidente da AOL Brasil. A empresa não divulga números por país. No ano passado, fechou com 462 mil assinantes na América Latina, onde seu principal mercado é justamente o Brasil. A AOL Latin América (Aola) tem seu controle dividido entre a AOL dos Estados Unidos e o grupo venezuelano Cisneros, cada qual com 39%, o Itaú, com 12%, e os restantes 10% pulverizados na Nasdaq, a Bolsa norte-americana em que se negociam ações de empresas de tecnologia.

Camargo conta que a opção por um jornalismo diferente decorreu dos levantamentos que a AOL faz freqüentemente para averiguar os gostos dos internautas. Os estudos indicaram a necessidade de oferecer produtos segmentados e que fugissem da mesmice da internet. ‘Precisamos fazer uma porção de pesquisas para descobrir o óbvio’, admite Camargo. ‘Mas era necessário aferir esse óbvio para reforçar nosso conteúdo e os serviços entregues aos clientes.’

Com base nessas pesquisas, o provedor desenvolveu vários pacotes de acesso à internet, que vão de planos para jovens que passam a maior parte do tempo na rede mundial de computadores batendo papo e ouvindo música, até os concebidos para executivos que abominam pop-ups. Para estes, por exemplo, foi idealizado um canal de negócios e empresas no qual são publicados artigos de presidentes e diretores de companhias sobre vários setores da economia. Outro resultado das pesquisas foi a possibilidade de os clientes brasileiros da AOL acessarem a rede mundial de computadores com qualquer navegador, como o Explorer, da Microsoft, em vez de apenas com o programa de propriedade da AOL, como ocorria até o ano passado.

Segundo Camargo, 90% das receitas da AOL vêm das assinaturas de acesso à internet. ‘Ainda vai demorar muito para os portais viverem de publicidade online’, diz. ‘Por isso, é difícil entender a lógica dos provedores gratuitos, a não ser do ponto de vista das companhias telefônicas aos quais estão vinculados.’ Camargo calcula que a AOL Brasil esteja hoje com 60 campanhas de promoção online no ar. Dentro de um mês, ele espera que esse número cresça significativamente. É o prazo previsto para que 600 lojas da rede McDonald’s, cada qual com pelo menos quatro computadores HP-Compaq, integrem o projeto McInternet, em que os clientes da cadeia de comida rápida poderão navegar na web a partir do portal da AOL Brasil. ‘Trata-se de uma oportunidade para os anunciantes elaborarem uma campanha’, sugere Camargo.

Segundo relatório distribuído pela Aola com os resultados financeiros da companhia referentes ao ano passado, o provedor não espera que o McInternet (projeto em parceira com o McDonald’s, o Itaú e a HP) esteja totalmente concluído antes de 2005. Em 2003, a Aola faturou US$ 65,2 milhões, dos quais US$ 59,4 milhões provenientes de assinaturas e US$ 5,8 milhões com receitas de publicidade online e comércio eletrônico. O prejuízo líquido da empresa foi de US$ 116,6 milhões.’



OI ELOGIADO
O Globo

‘‘Observatório da Imprensa’ faz bonito online’, copyright O Globlo, 19/04/04

‘Com oito anos de bons serviços, o site do ‘Observatório da imprensa’ mostra que é poderoso. Desde o último dia 6, o site oferece para os seus leitores uma biblioteca digital com antologias de textos já publicados, todos reunidos de acordo com o assunto. O primeiro volume trata do que o site chama de ‘jornalismo fiteiro’, ou seja, feito com reportagens baseadas em grampos, dossiês e outros recursos do gênero.

A repercussão surpreendente mostra que se trata de uma boa idéia: em apenas uma semana, foram baixados 3.101 exemplares do livro, que consiste em 58 páginas de PDF. E o que é muito bom: gratuito. Custo mesmo, só com a impressão do livro.

Nestes tempos de bombardeios incessantes de notícias, a leitura do ‘Observatório da imprensa’ é sempre uma boa maneira de tentar entender este mundão tão complicadinho.’