Na matéria ‘As trombadas de Kajuru’, Antônio Carlos Teixeira faz comentários pertinentes quanto à postura do jornalista, mas a crítica mais ferina é dirigida mesmo a Romário, que Antônio Carlos chama de ‘ex-jogador’. Por que isso? Não vejo sentido nessa ironia. Antônio Carlos Teixeira diz, no fim do texto, que jornalista tem que informar bem, mas não faz isso. Romário está em atividade, desempenhando com competência o seu ofício. Nos últimos três jogos do Fluminense, Romário fez quatro gols: um contra o Vasco (na final do segundo turno do campeonato carioca), dois contra o Grêmio (pela Copa do Brasil) e um contra o Paysandu (na estréia do Fluminense no campeonato brasileiro). Isso é desempenho de um ‘ex-jogador’? Talvez seja falta de ética de Kajuru espinafrar outros jornalistas da crônica esportiva (pode ser também quebra de corporativismo), mas Romário tem todo o direito de espinafrar os que vivem a espinafrá-lo.
Rogério Ferraz Alencar, técnico da Receita Federal, Fortaleza
Ele não é bairrista
Já que dedicaram uma matéria às trombadas de Kajuru, cadê as matérias dedicadas ao bairrismo oferecido por Milton Neves, Roberto Avalone e Chico Lang? Esses três, pela defesa de seus times, Santos, Palmeiras e Corinthians, cometem as maiores insanidades, como inventar notícias contra times adversários para desestabilizar, elogiam demais os jogadores dos times deles, acho que inclusive como uma forma de promovê-los. Então, se é para aproveitar o espaço dado para falar de esporte, falando de esporte, então acho que isso deve ser feito de forma imparcial, pois o Kajuru fala o que pensa, não faz média com ninguém, elogia e crítica sem distinção de bandeira ou camisa.
Andrey Assink, estudante, Curitiba
Antonio Carlos Teixeira responde
O leitor Andrey Assink tem razão quando critica o bairrismo da mídia esportiva, cujo comportamento é idêntico em todos os estados. Ou alguém conhece programas esportivos de Belo Horizonte, Curitiba ou Porto Alegre que dêem maior espaço aos assuntos dos clubes do Rio e de São Paulo? Creio que não. Esse tema, aliás, foi debatido com profundidade neste Observatório no ano passado.
Sobre o artigo ‘As trombadas de Kajuru’, a idéia foi colocar em debate não se este ou aquele jornalista esportivo tem maior ou menor credibilidade do que o outro. E sim expor uma situação que está constrangendo a todos: o fato de jornalistas estarem sendo repreendidos publicamente por outros da mesma área profissional. É como se um médico tivesse colocando em dúvida diagnóstico dado por outro, através do sistema de som do consultório, da clínica ou do hospital. (A.C.T.)