Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Por quê? 1

Gostaria de saber por que a imprensa em geral não deu destaque ao desempregado que, em frente ao Planalto, ateou fogo no próprio corpo como protesto pelo desemprego e as condições de vida no Brasil. Surpreendentemente, a mídia se calou, não houve repercussão falada ou escrita, senão pequenas notas. Se o fato narrado acontecesse em Israel, na Palestina ou mesmo defronte à Casa Branca, a mídia ficaria repercutindo a semana inteira. Aqui, ao que parece, entrou em curso a ‘operação-abafa’, e um ato de tamanho protesto passou em branco. Como se nada tivesse acontecido. A quem interessa esse esquecimento? Estaria o PT (governo) empunhando as armas que outrora condenou?

Paulo Belarmino Cristóvão, advogado, São Paulo



Por quê? 2

Gostaria de saber por que a imprensa é tão omissa quanto aos pagamentos dos precatórios que os três níveis de governo devem a milhares de pessoas, em alguns casos há 20 anos. Afinal de contas são processos transitados e julgados. Trata-se da aplicação da lei e da Constituição. Muitos desses cidadãos pagaram seus impostos e já morreram sem receber o que lhes era de direito. Eu mesma estou com quase 56 anos e faz 20 anos que o governo do Estado de São Paulo não cumpre a lei. A mídia não precisa criar ídolos para sobreviver, mas precisa, sim, defender os cidadãos deste país, para que não percamos a única razão para que continuemos como pessoas livres e dignas: o direito e os deveres previstos na Constituição.

Suzana Maria Reipert Leopoldo e Silva, engenheira, São Paulo



Por quê? 3

Por que a mídia silenciou para sempre quanto ao assunto dos bingos? Por que não merece sequer uma linha o fato de todos os bingos estarem abertos e funcionando, 24h por dia (em São Paulo, pelo menos). No tempo em que isso era notícia, o argumento do governo para enterrar o assunto foi que, já que os bingos eram suspeitos, ele cumpriu sua função fechando-os. Para mim, leitor, é surpreendente que um fato tão evidente seja deixado de fora, como se nada estivesse acontecendo.

Oscar Quiroga, psicólogo, São Paulo



Por quê? 4

Por que o Observatório não fez comentou a matéria sobre FHC publicada pela revista Época desta semana? Como leitora, achei um verdadeiro desrespeito ao Brasil as revelações sobre a ‘doce vida’ de FHC. Faço indagações que talvez a competente crítica deste OI pudesse fazer. Como a contabilidade do Sr. FHC pode fechar? No ativo, aposentadoria proporcional de professor universitário e remuneração de presidente da República (acho que não muito poupada, porque ele mesmo revela na reportagem que não tinha muito para investir, e nem compensou aplicar, segundo aconselhou um amigo). No passivo (agora ativo), a compra de um apartamento por 1 milhão de reais (assim foi divulgado), aquisição de um imóvel para funcionar seu instituto por 500 mil reais, reforma deste prédio ao custo de 3 milhões de reais, 150 mil reais para manutenção deste mesmo empreendimento e por aí vai.

Foram também reveladas as vultosas doações recebidas de empresários (pode?), os mesmos que agora reclamam da difícil situação do país e que dificultam o desenvolvimento (e sabemos que não são obras do governo Lula, porque são estruturais, ou seja FHC não fez durante oito anos). ‘Como fechar a contabilidade de FHC’, diante do que foi divulgado sem nenhum pudor ou respeito ao povo brasileiro pela Época, seria um excelente título para ser desenvolvido pelo OI. Vocês estariam dando uma excelente contribuição ao debate. Teríamos a crítica ao governo Lula e a crítica aos possíveis substitutos de Lula. Tudo igual, como proposto pelo OI.

Fatima Barros, funcionária pública, Fortaleza

Nota do OI: Esta pergunta tem resposta, cara Fátima. O OI não comentou porque, em primeiro lugar, não pauta seus colaboradores ou leitores: cada um escreve sobre o que quiser, desde que mantido o foco na mídia; em segundo lugar, o tema não tem relação com a mídia. O OI não faz crítica do governo Lula ou de qualquer governo. O OI faz crítica da mídia – eventualmente das relações entre governo e mídia.



O que fazer?

O que se pode fazer quando um jornal de uma cidade pequena como São Sebastião tem relação de parcialidade absurda com o prefeito? Corre boato na cidade de que o jornal é dele, não se publica nem sequer crítica democrática sobre a municipalidade.

Benedito Silva, autônomo, São Sebastião, SP



Uma resposta

Para o que o leitor acha inexplicável eu, simplesmente e infelizmente, tenho a explicação. Alguém acha mesmo que a mídia vai dar repercussão a algo tão positivo sobre Lula? A orientação é essa: desconstruir Lula até onde for possível, nem que para isso prejudique o Brasil. Sim, porque uma notícia como essa é boa não só para Lula, mas para o Brasil.

Fatima Barros, funcionária pública, Fortaleza