Em encontro com o ministro de Relações Exteriores do Qatar, Hamad Bin Jassim al-Thani, o secretário de Estado americano, Colin Powell, reclamou da cobertura que a al-Jazira, rede de notícias via satélite que tem sede no país árabe, faz da guerra no Iraque. ‘A amizade entre nossas duas nações é tal que podemos falar de assuntos difíceis que interferem nessa relação, como o caso da cobertura da al-Jazira’, disse Powell, que não foi específico sobre o que o governo do Qatar deveria fazer com a emissora. Os EUA têm se queixado das notícias ‘inflamatórias’ veiculadas pelo canal, como discursos não-editados de Osama bin Laden incitando ataques contra alvos americanos. Uma equipe americana no Iraque fez um levantamento de reportagens falsas que ele teria transmitido, como de que crianças teriam sido ‘despedaçadas’ por fogo americano em Fallujah. As autoridades do Qatar têm driblado a pressão americana invocando o direito de livre expressão. Com informações da Voice of America [27/4/04] e do New York Times [29/4].
Canal americano para árabes estaria tendo boa aceitação
Al-hurra, o canal por satélite em árabe criado pelos EUA para competir pelo público muçulmano com a al-Jazira e a al-Arabyia, teria maior aceitação do que se supunha, segundo pesquisa telefônica encomendada pelo Broadcasting Board of Governors, agência federal americana que controla a emissora. Feita com 3.588 pessoas na Síria, Emirados Árabes, Egito, Kuwait, Jordânia e Arábia Saudita, a enquete mostra que a Al-hurra é assistida em 29% das casas com antena parabólica. Em média, 53% dos telespectadores acreditam que ela tem alguma credibilidade. Neste item, os que menos acreditam são os sírios (37%) e os que mais confiam nas suas notícias são os sauditas (70%) – apesar de uma fatwa (ordem religiosa muçulmana) ter sido editada contra o canal na Arábia Saudita. O Broadcasting Board of Governors tem a informação de que cerca de 40% da população do Oriente Médio tem acesso a TV via satélite. Com informações da Reuters [29/4/04].