Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Marcelo Russio

‘Olá, amigos. A coluna desta semana abre espaço para a resposta de Jorge Kajuru à coluna da semana passada. Como inúmeros comentários foram postados, concordando ou discordando da opinião explicitada pela coluna, Kajuru achou por bem esclarecer os fatos, e o fez por escrito, em e-mail endereçado ao colunista. Como sempre adotamos uma postura democrática na coluna, segue na íntegra, a resposta de Jorge Kajuru à coluna ‘Jogo Aberto’:

‘Caríssimo Marcelo Russio,

Respondo a você por respeito a seu trabalho crítico e responsável.

1) Aceito as críticas, tanto que no mesmo dia do episódio eu reconheci que errei, e foi no ar que pedi desculpas. Agora, estar ao vivo, ser chamado de burro por defender algo lógico, ou seja, que o juiz terminasse a luta antes ou que o lutador evitasse os dois últimos golpes e não reagir como reagi… Fica muito fácil opinar sem ter passado pelo que passei. Agora, no ato, ao vivo…

2) Tenha certeza que não mudei, e jamais a Marlene está mudando o meu jeito. Ninguém mudou nada. Lógico que às vezes exagero na apresentação de matérias que causam boa audiência. Agora, não faço sensacionalismo e nem invento nada. Infelizmente meu contrato na Band exige um mínimo de audiência, e daí sou obrigado a aceitar um programa quase 100% paulista. Mas eu discordo no ar e critico minha própria emissora no ar. Agora, vou fazer o que? Certamente a Band é o meu último emprego na TV. Já fechei as outras portas em função de minha postura.

3) Para concluir, quero respeitar as demais críticas que recebi, embora algumas tenham parecido 100% pessoais e rancorosas. Poucos observaram que eu reconheci o erro no ar e no mesmo programa e mesmo dia (15 minutos depois). Será que se eu realmente fosse de baixo nível, sensacionalista ou jabazeiro, eu teria chegado aos 30 anos de carreira? Seria sempre chamado para escrever num jornal como a Folha de São Paulo quando das férias de colunista como o Tostão? Teria sido chamado para apresentar programas na Rede Globo e recusado o convite? Repito, recusado.

4) Sobre o episódio com o pugilista, eu ouvi a opinião de minha maior referência, que é o Juca Kfouri. Juca acha que eu não errei nada. Mesmo assim, eu pedi desculpas ao público.

5) Agora, quero me dirigir ao Sr. Souzaw Santos que se apresenta como free-lancer. Gostaria que o Sr. provasse algo ou trouxesse um único argumento embasado para me atacar como quem foi gaveteiro em Minas ou fez jabá. Se o senhor é tão honesto assim, por fineza, comprove alguma coisa e entregue de presente aos meus inimigos no esporte e na política. Assim estará encerrando a minha carreira de 30 anos. Do contrário, senhor Souzaw Santos, vou ignorá-lo ou considerá-lo de fato e de longe o que já fiz de perto com outros: um covarde, além de idiota.

No mais, agradeço pelo espaço, e Marcelo: peço que me entenda nas últimas palavras, mas com a honra não se brinca, e minha provocação ao Souzaw é pra saber se ele existe mesmo. Se existe, gostaria que até viesse a público na televisão e programas não vão faltar, para comprovar algo (mínimo que seja) contra minha história moral.’

Obrigado.

Jorge Kajuru’



TV CULTURA
Jotabê Medeiros

‘Mendonça é presidente da TV Cultura’, copyright O Estado de S. Paulo, 10/05/04

‘Será ratificado hoje, às 9h30, o nome de Marcos Mendonça como novo presidente da Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura e Rádio Cultura AM e FM. Mendonça assume no lugar de Jorge Cunha Lima, que ficou nove anos na direção da emissora, e anuncia que vai se movimentar em busca de ‘fontes alternativas de recursos’ e pela modernização da instituição.

Mendonça torna-se presidente por conta de um acordo feito no mês passado entre conselheiros da fundação e os dois postulantes ao cargo (Mendonça e o próprio Cunha Lima, que pretendia se reeleger). O acordo, bastante criticado por funcionários e sindicalistas, ‘acomodou’ Lima no cargo de presidente do Conselho, que passou a ser remunerado.

O novo presidente assume no dia 12 de junho. ‘Até agora, eu me preocupei com a questão da eleição em si. A partir de agora, terei um mês para estudar a situação’, afirmou o novo presidente, falando por telefone ao Estado.

‘Eu vou me empenhar para que a dramaturgia volte a ter espaço na programação, por um programa que abra espaço para a literatura, ao estímulo à leitura. Quero também que a TV se engaje na questão do esporte olímpico, da música erudita, fazer com que os concertos da Sala São Paulo sejam transmitidos pela emissora. E explorar melhor a estrutura cultural do Estado, com a orquestra Jazz Sinfônica, com um programa de incentivo à visitação de museus’, enumerou Mendonça, falando dos seus planos.

Reservadamente, comenta-se na emissora que a chegada de Mendonça vai ‘destravar’ o fluxo de recursos do Estado para a emissora, já que o nome do ex-secretário de Cultura foi endossado pelo governador Geraldo Alckmin. O governador teria restrições à administração que Cunha Lima conduzia na instituição e dificultaria repasses de verbas. A fundação consome anualmente R$ 80 milhões do orçamento do Estado.

Marcos Mendonça negou que tenha havido o afastamento prévio, antes mesmo de sua posse, da superintendente da emissora, Julieda Puig, segundo rumores.

‘Desconheço isso’, afirmou. Julieda foi nomeada para o cargo como exigência do governo estadual para sanear as contas da emissora.

Marcos Mendonça foi o mais longevo secretário de Estado da Cultura.

Atravessou toda a era Covas e esteve com Alckmin até sua reeleição, há um ano e quatro meses. Suas principais obras na pasta foram a construção da Sala São Paulo, a reforma e reestruturação da Pinacoteca de São Paulo e a promoção do Projeto Guri.’



TV RECORD
Jornal do Brasil

‘Record ameaça Ibope do SBT’, copyright Jornal do Brasil, 10/05/04

‘Desde o início do ano, a Record, emissora de Edir Macedo, vem declarando que seu objetivo é chegar à vice-liderança da audiência, posto ocupado hoje pela rede de Silvio Santos. O que há algum tempo poderia parecer apenas uma ameaça sem fundamento começa a ganhar força. Cidade alerta e o Programa Raul Gil já garantem à Record o segundo lugar em seus respectivos horários, deixando o SBT com a terceira posição. Enquanto isso, Programa da Eliana, Turma do Gueto e a mais nova estréia da emissora, Raízes do campo (com Chitãozinho e Xororó), incomodam o concorrente, com empates.

O Cidade alerta é segundo lugar desde fevereiro. Em abril, por exemplo, registrou 7,3 pontos no Ibope, enquanto a programação do SBT, que inclui séries e novelas, ficou com 5,6. E desde que Marcelo Rezende estreou no comando do programa, em 1º de março, os números vêm crescendo ainda mais. Na quarta-feira passada, por exemplo, deu média de 10 pontos contra 5 do SBT, com picos de 13. O apresentador atribui o sucesso à sua experiência na área policial.

– Fui repórter investigativo durante 30 anos. Leio muito sobre o assunto. Acho que trouxe mais conteúdo ao programa – diz Rezende.

Sua mesa, na redação do Cidade alerta, é lotada de livros, vários sobre o Código Penal e o Civil.

– O apresentador precisa saber do que está falando – afirmou.

Raul Gil, que é segundo lugar desde a Copa do Mundo de 2002, não se conforma de ter perdido a liderança.

– Até a Copa eu ficava em primeiro lugar. Dava 15, 16 pontos. Hoje ele registra entre 6 e 7. Não sei como funciona o Ibope, mas, de lá para cá, passei para segundo – diz Raul Gil.

Por dois anos e meio, seu programa venceu o Caldeirão do Huck , da Globo.

– Pode sair perguntando para quem você quiser na rua. Ninguém assiste ao Luciano Huck. É estranho também que o Gugu não ganhe mais do Faustão – especulou o apresentador, sem esclarecer suas insinuações.

Na média geral, porém, a rede Silvio Santos ainda é a dona do segundo lugar. Em 2003, fechou o ano com 4,6 pontos à frente. Em 2002, a diferença era de 5,9 (10,22 contra 4,28).’